Em Dezembro de 2006 comemorou-se o segundo aniversário dos Meninos da Avó, infelizmente a imprecisão da data fez com só em Janeiro de 2007 se tivesse feito um encontro evocativo dessa efeméride!
Nesse encontro, onde estiveram presentes os "conspiradores" do jantar inaugural recordaram-se as sessões passadas e debateram-se as tertúlias futuras.
E o que temos para anunciar é que após estes meses de algum descanso e reflexão anunciamos que em Fevereiro retomaremos o ritmo das sessões: dois encontros por mês nas primeiras e terceiras quartas feiras de cada mês (mas sempre com flexibilidade para concretizar outros eventos e parcerias!).
É possível surgirem algumas alterações (maior alternância nos locais dos encontros, mas sempre com o principio de se fazerem em Sintra!), mas serão atempadamente divulgadas no blog.
Para o final ficam duas prendas oferecidas aos Meninos:
Procura-se um amigo
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração.
Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objectivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
Vinicious de Moraes
PALÁCIO DA PENA
Palácio da pena de prisão
que sinto em todo o meu ser
quando a ânsia de Libertação
(apenas ma proporciona o escrever)
Abre então as portas desse cárcere
ficando embora as grades dos versos
a prender seguro aquele voo fácil
hesitante e de sopro tão incerto
Próprio de ave alta do poema
de cujas asas arranco uma
das suas coloridas plumas:
Firmo bem no papel essa pena
que me livra de todas as penas
em só verso branco ou em rima.
Poema inédito de Alexandre Vargas
Nesse encontro, onde estiveram presentes os "conspiradores" do jantar inaugural recordaram-se as sessões passadas e debateram-se as tertúlias futuras.
E o que temos para anunciar é que após estes meses de algum descanso e reflexão anunciamos que em Fevereiro retomaremos o ritmo das sessões: dois encontros por mês nas primeiras e terceiras quartas feiras de cada mês (mas sempre com flexibilidade para concretizar outros eventos e parcerias!).
É possível surgirem algumas alterações (maior alternância nos locais dos encontros, mas sempre com o principio de se fazerem em Sintra!), mas serão atempadamente divulgadas no blog.
Para o final ficam duas prendas oferecidas aos Meninos:
Procura-se um amigo
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração.
Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objectivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
Vinicious de Moraes
PALÁCIO DA PENA
Palácio da pena de prisão
que sinto em todo o meu ser
quando a ânsia de Libertação
(apenas ma proporciona o escrever)
Abre então as portas desse cárcere
ficando embora as grades dos versos
a prender seguro aquele voo fácil
hesitante e de sopro tão incerto
Próprio de ave alta do poema
de cujas asas arranco uma
das suas coloridas plumas:
Firmo bem no papel essa pena
que me livra de todas as penas
em só verso branco ou em rima.
Poema inédito de Alexandre Vargas
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