quarta-feira, setembro 27, 2006

FEIRA AO LARGO:

No Largo da Igreja Matriz de Colares ( Largo Dr. Carlos França ) no dia 30 de Setembro.

Face à importância histórica e à situação privilegiada do núcleo antigo da Vila de Colares, a Junta de Freguesia de Colares e um grupo de residentes com o apoio da Câmara Municipal de Sintra (Divisão de Animação Cultural) vão realizar uma feira multifacetada no Largo da Igreja Matriz desta Vila no último sábado dos meses de Junho a Outubro (inclusive) e no período das 11.00 às 23 horas.

Esta feira consistirá na exposição e venda de:
- objectos antigos de colecção;
- livros temáticos antigos e contemporâneos e a representação da Livraria Municipal de Sintra;
- artesanato contemporâneo de autor ( brinquedos / marionetas / vestuário / objectos enquadrados na linguagem antropológica da região / entre outros );
- produtos de agricultura biológicos desta e de outras regiões;
- vinhos da região, representados pela Adega Regional de Colares e outros produtores.

No decorrer do evento e cerca das 19.00 h ocorrerão momentos musicais a cargo de agrupamentos do Concelho.

30 de Setembro

Grupo Coral e Instrumental Heróis da Musica

O Espírito da Lua – Teatro de Rua pelo Utopia Teatro às 22.00

sexta-feira, setembro 22, 2006

SESSÃO DE DIA 20/09/2006:



Realizou-se no dia 20 de Setembro a 40ª sessão dos Meninos da Avó. Numa noite dedicada ao Atlântico, a música interpretada por dois açorianos foi o momento mais marcante.
Numa linguagem simbiótica entre duas guitarras Pedro Hilário e o músico convidado (a “surpresa” do anúncio) Victor Castro, brindaram-nos com uma performance musical única evocando o espírito da mítica Atlântida. Uma sensação de insularidade dominou o espírito de uma sessão marcante que vai perdurar na nossa memória!



De seguida ficam alguns poemas de autores açorianos lidos na sessão:

DEZEMBRO DE SETENTA E UM,
CINCO ANOS DEPOIS


No dia em que Pompidou, Nixon e Marcelo
estiveram na Terceira, nós estávamos em casa e fazíamos
[amor.
E da janela do quintal chegámos a avistar os carros
[presidenciais
e parte da multidão que fazia o seu papel de multidão.
No dia seguinte, os jornais muitos dias depois lidos,
falavam da cimeira exaustivamente.
Fotografias da santíssima trindade e dos sítios onde
se hospedaram: o Marcelo no palácio dos capitães, o
[Pompidou
na estalagem da Serreta e o Nixon na sua base das Lajes.
O Dias Júnior ofereceu quadros trabalhados por ele em
[cedro

aos presidentes
Também vimos reportagens em grandes revistas
[internacionais.

Tudo isto não teria a mínima importância se,
por esses dias não estivéssemos em casa, violando
as regras do jogo que mandam o cidadão açoriano ser
hospitaleiro, agitar bandeirinhas patriotas e bater palmas
ante altíssimas cimeiras como aquelas.
Que estariam fazendo os poetas americanos e franceses
naquele dia? Estariam como nós a Ocidente, desfazendo
impérios, inventando a arte de dominar o corpo? Nós,
tínhamos a esperança que sim. Mas o Vietnam continuava,
Angola, Guiné-Bissau e Moçambique também. A nação
[árabe
bramia o petróleo contra Israel e por tabela contra
os presidentes de sorriso roubados ao sol de dezembro
[da nossa ilha
mas armados até aos dentes; e contra a gente
também. Mas nós vínhamo-nos no auge da crise:
assim é que estava bem! Cincos anos depois é justo
não esquecer que estávamos em casa e fazíamos amor
bem perto dos abutres e do seu repasto.

J. H. Santos Barros, “Os Alicates do Tempo”; edições Afrontamento 1979.


SONHO ORIENTAL

Sonho-me às vezes rei, nalguma ilha,
Muito longe, nos mares do Oriente,
Onde a noite é balsâmica e fulgente
E a lua cheia sobre as águas brilha…

O aroma da magnólia e da baunilha
Paira no ar diáfano e dormente…
Lambe a orla dos bosques vagamente,
O mar com finas ondas de escumilha…

E enquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto num cismar sem fim,
Tu, meu amor, divagas ao luar,

Do profundo jardim pelas clareiras,
Ou descansas debaixo das palmeiras,
Tendo aos pés um leão familiar.

Antero de Quental, “Sonetos”

Uma nota final para agradecer esta foto tirada pelo Gonçalo Morais e aconselhar uma visita ao seu blog: http://gnupost.com/blog

terça-feira, setembro 19, 2006

INAUGURAÇÃO DO "BANCO DO TEMPO"

O próximo dia 27 de Setembro marca o arranque do projecto “Banco do Tempo”. Trata-se de um banco em tudo igual aos outros, com cheques e depósitos, mas é o tempo que é usado como moeda de troca.


A agência de Sintra do Banco do Tempo vai ser inaugurada no dia 27 de Setembro, às 18h30 na Casa Mantero (Biblioteca Municipal de Sintra).

Promovido pela Associação Graal, o Banco do Tempo é uma rede de infra-estruturas de apoio social que promove a cooperação entre pessoas baseada na gestão do tempo pessoal para troca de serviços.

Os serviços prestados correspondem a actividades não profissionais assentes na boa vontade e na lógica das relações de “boa vizinhança”, como por exemplo, ajuda doméstica, acompanhamento a crianças, actividades recreativas, companhia, lições, cozinha e lavores.

Podem ser membros todos os que se interessem e empenhem nas actividades do Banco do Tempo. Quando alguém precisa de um serviço, contacta a agência. A agência procura um membro que o possa realizar e em seguida procura a melhor forma de pôr ambos em contacto.

O Banco do Tempo de Sintra terá sede na Associação Juvenil Ponte, situada em Casais de Mem Martins.
(contactos: 219 260 144/938 115 938)

quinta-feira, setembro 14, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

A próxima sessão dos Meninos da Avó realiza-se no Bar/Café 2 ao quadrado no dia 20 de Setembro, com ínicio previsto por volta das 21h30m.

Vai ser uma sessão livremente condicionada ao Atlântico!

Contamos com uma possível surpresa para os presentes e convidamos a todos para pesquisarem e embrenharem-se nos mitos e poesia ligada ao Atlântico ou feita por Atlantes....


A Poesia está na rua! Não pisar

5ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA:

s
Pedro Hilário e Nelson Tamagnini


No dia 13 de Setembro decorreu a sessão extraordinária dos Meninos da Avó. Como foi publicitado contámos com a presença do artista multifacetado Nelson Tamagnini.
Fomos presenteados com uma apresentação musical muito especial onde se tocou o Dulcimer, um instrumento feito pelo próprio artista e com um som muito característico!
Com a preciosa colaboração de Pedro Hilário o apontamento musical terminou com uma jam session.
Finalmente Nelson Tamagnini mostrou-nos e deu breves explicações de algumas das suas esculturas, obras expostas e reconhecidas principalmente na Inglaterra.
Foi uma sessão muito diversificada onde fizemos mais um amigo de quem esperamos manter o contacto e saborear as suas diversas facetas de artista!

( : sono)

O meu sono é entrançado.

Cruzo rendas e caminhos enquanto durmo

e tacteio as margens bordadas do meu cansaço.

De dia

deito-me entre as laranjas que escorregam das árvores

devagar.

Toco-as, respiro-as.

Às vezes recorto as cascas vivas

e faço tranças e rendas

para me poder vestir

de vitaminas e sol.

Com os caroços faço colares enormes

que prendo no cabelo

e que depois desfaço

para contar os dias.

Ana (poema lido durante a jam session)

quinta-feira, setembro 07, 2006

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA:

No dia 13 de Setembro vamos ter mais uma sessão extraordinária que decorrerá no Bar/Café 2 ao quadrado (junto à estação de comboios de Sintra) e terá início por volta das 21h30m.

Desta vez teremos uma sessão musical protagonizada por Nelson Tamagnini e tem como nome: «A Passagem de uma Alma Multiversal por Sintra com uma Dulcimer nas Mãos»

Nelson Tamagnini nasceu em Portugal no dia 30 de Novembro de 1942. Tem vivido uma vida de um viajante errante. Em 1971 fez um curso no colégio de Artes de Hammersmith, posteriormente estudou no Colégio de Arte de Chelsea onde, em 1974, terminou um graduação académica. Toca guitarra portuguesa e colabora com o grupo Theatre 84, fez algumas pequenas exibições no instituto de artes contemporâneas em 1974. Utiliza materiais pouco convencionais na sua arte visual (maioritariamente em 3 dimensões). É frequente deixar trabalhos seus nas suas viagens em portas e muros, o que demonstra o seu sentido de humor fatalista.

Dulcimer é um instrumento inspirado no folclore inglês, 37 cordas esticadas em três fontes, consegue três sonoridades diferentes. Improvisa, como no jazz, com essa sonoridade. Dulcimer é fora de moda, construída por Nelson, os 37 cravos com um furo no meio foram também feitos pelo próprio músico. É um rectângulo de madeira, a caixa tem 5 cm de espessura e em cima tem um V onde se afina as cordas.


Citação do artista:
“Como um Verdadeiro Artista, eu vejo o meu trabalho (o toque de génio de um Criador) como uma Humilde contribuição para a humanidade e um fragmento de um Divino e Grande Puzzle… ….TUDO JUNTO FAZ SENTIDO!”

SESSÃO DE DIA 06/09/2006:




Poeta Duarte Braga


No dia 6 de Setembro decorreu a 39ª sessão dos Meninos da Avó. Como foi referido contámos com a presença do poeta Duarte Braga.
Este poeta estudioso das letras trouxe-nos a sua poesia sacro-mística (da sua colectânea ainda inédita A madrugada dos cegos ou Terra vertical), assim como algumas das 72 Teses sobre a Graça e a Matéria e uma conversa sobre os dois contos que os inspiraram: Santa Eponina de Raul Brandão e o menino da avó esmagado nas rochas do Conto de Natal de Fialho de Almeida.
Fica a promessa de serem publicados no blog, num futuro próximo, alguns textos referentes à participação do poeta Duarte Braga.
A sessão decorreu na encantadora esplanada situada na fonte das Quimeras onde contámos com uma noite muito amena e um abençoada lua cheia, também com intervenções livres do público das quais publicamos duas em seguida.
Uma última referência à presença de muitos meninos novos que marcaram presença pela primeira vez e esperamos que as suas visitas se tornem frequentes!

Imagem do Sol

O Sol está mergulhado na atmosfera
como nas penas o bico
da ave aquática que dorme

Sobre a cordilheira chuva
louro-claro espessa como crinas de cavalo

E então ergue-se o indómito
animal encharcado na luz
transbordante como se o ar florisse

(Aflorar, Stuttgart, DVA, 1998), Christoph Willhelm Aigner


içar loucos lumes com amigos contentes
de facto fim enquanto entendem enclavinhar
homens à intransmissão do lugar povoado
que enche quatriliões de plexiformes sóis
porque aqui éons possivelmente vegetei
em choro legítimo mel de escarpas
ao colidir com a esfera dum pleno desvanecer
naturismo alar de verter cálidas interrogações
voltem de máximas procuras de mínimos voltem
motivos que transbordam vorazes ilíquidos
de supressões radicais acudindo-nos
por implantar torrentes sentimentais
compelindo inestéticos peões à foz arborescente
consoante a medida do tomador vermelho

Filipe de Fiuza


Duarte Braga

72 Teses Sobre a Graça e a Matéria

« La Grâce, c’est la loi du mouvement descendent» (S. Weil).

I

A Graça é uma lei da descida, da descida aos infernos.

Cristo desceu ao limbo para libertar os profetas antigos: o movimento do novo que
liberta o antigo e sua lei de conservação.

A Graça é o mais novo, o caule que mais hesita.

A graça é a absoluta novidade, o absolutamente novo.

O coleccionador é aquele que mais peca contra o espírito.

A Graça é o novo. Deus como a grande catedral de Rilke, construída por mãos trémulas,
a abóbada.

As capelas imperfeitas do mosteiro da Batalha mostram-na em acção e suspensão.

O movimento de adentramento na matéria, em Raul Brandão e Fialho, é o movimento
de assumpção da matéria e do seu resgate, mas um resgate feito pelo amor dela, pelo
beijo ao leproso.

O esvaziamento da matéria é a experiência do seu peso.

O esvaziamento da matéria é a experiência do seu amor.

Restantes aforismos no link: www.pauloborges.net na secção de autores convidados

quarta-feira, setembro 06, 2006

AGOSTINHO DA SILVA:

Depois de um curto período de férias, as Comemorações do Centenário de Agostinho da Silva regressam em força.Eis o programa de Setembro:

2006 Centenário de Agostinho da Silva

Programação geral Setembro 2006
Dia 9, Sábado - 21h30, Feira do Livro de Gondomar: Inauguração da Exposição "Agostinho da Silva: Pensamento e Acção"/ Evocação de Agostinho da Silva (Renato Epifânio).

Dia 12, 3ª feira - 18h30, Livraria Fnac (Chiado, Lisboa): Apresentação da obra Tempos de Ser Deus: a espiritualidade ecuménica de Agostinho da Silva (de Paulo Borges).
- Biblioteca Municipal de Palmela: Inauguração da Exposição "Agostinho da Silva: Pensamento e Acção".

Dia 21, 5ª feira - 18h00, Museu d´Água/ Aqueduto da Patriarcal (Jardim do Príncipe Real, Lisboa): Apresentação da obra Tempos de Ser Deus: a espiritualidade ecuménica de Agostinho da Silva (de Paulo Borges). Com a presença de Frei Bento Domingues e de outros representantes de diversas confissões religiosas.

Dias 21-22 - Centro de Estudos Afro-Orientais, CEAO (Salvador da Baía, Brasil): Ciclo "Agostinho da Silva e a Baía" (com a presença de Pedro Agostinho da Silva, Amândio Silva e Jocélio Santos (Presidente do CEAO).

Dia 22, 6ª feira - 21h00, Fórum da Maia (Maia): Comunidade de Leitores, "Uns poemas de Agostinho".

Dia 30, Sábado - 15h00, Biblioteca Municipal de Palmela: "Curso de Introdução ao Pensamento de Agostinho da Silva" (Renato Epifânio, Ricardo Ventura, Rui Lopo).
- Biblioteca Municipal de Sesimbra: "Colóquio Agostinho da Silva e o Espírito Universal"

10h00: Sessão de Abertura.
- Apresentação do Colóquio pela Vereadora do Pelouro das Bibliotecas Municipais, Guilhermina Ruivo.
- Introdução à vida e à obra de Agostinho da Silva, por Paulo Borges, Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Presidente da Associação Agostinho da Silva e da Comissão das Comemorações do seu Centenário.

10h30/12h30: Mesa "A Educação em Agostinho da Silva". - Luís Paixão - Joaquim Domingues - Manuel Ferreira Patrício Moderador: João Aldeia

12h30/14h30: Almoço

14h30/16h30: Mesa "A obra literária de Agostinho da Silva" - Ruy Ventura - Nicolau Saião - António Cândido Franco Moderador: Pedro Martins

16h30/17h00 Intervalo

17h00/19h00: Mesa "Portugal e o V Império" - Pedro Sinde - Jorge Preto - António Telmo Moderador: Roque Braz de Oliveira

Programa completo in: www.agostinhodasilva.pt

Para mais informações: Renato Epifânio (967044286)

sexta-feira, setembro 01, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

Quarta feira dia 6 de Setembro iremos receber a visita do poeta Duarte Braga.
Embora imberbe como D. Sebastião, Duarte Drummond Braga já dá cartas. Vai ler-nos O Poeta alguns poemas do seu estro ainda inédito: A madrugada dos cegos ou Terra vertical, entremeados da respectiva exegese.
Seguir-se-á a leitura de alguns aforismos satanistas, das suas 72 Teses sobre a Graça e a Matéria e uma conversa sobre os dois contos que os inspiraram: Santa Eponina de Raul Brandão e o menino da avó esmagado nas rochas do Conto de Natal de Fialho de Almeida. Aqui ficam três ou quatro aforismos:

O coleccionador é aquele que mais peca contra o espírito.

A Graça é o mais novo, o caule que mais hesita.

As flores da matéria são as coisas.

A dor é a Graça alada.