Como anunciado a sessão contou com a presença do autor Diogo Carvalho que apresentou o seu livro “Nunca Só”.
O lançamento do livro ocorreu no restaurante Regalo da Gula, onde se encontraram alguns amigos e colegas do autor, o que contribuiu para um ambiente tertuliante algo íntimo mas muito interessante.
De seguida fez-se a sessão dos Meninos da Avó no café/bar 2 ao quadrado, na sessão leram-se poemas e textos do livro, sendo de referir uma performance feita por uma amiga do autor com uma forte componente cénica e emotiva!
Debateram-se alguns dos poemas do autor assim como a inspiração por detrás de alguns deles.
Para finalizar evocaram-se os 100 anos do nascimento de Rómulo de Carvalho/António Gedeão.
Lágrima de preta
Máscaras
São pequenas as coisas que fazem muito sentido
Sofrer por aqui não estares, sem nunca te ter tido
Conhecer a história de um romance, sem nunca o ter lido
Sentar-me no trono do herói, sem nunca o ter sido.
É um baile de máscaras onde cada um pode ser o que quiser
Ser Rei, animal, criança ou mesmo mulher.
Pode-se fantasiar até onde se entender
Nada do que se dá é verdade, nada há a perder.
Nascemos neste baile que é já tão antigo
Usamos uma máscara para cada ocasião, nenhuma é de amigo
Se do coração falo, ninguém ouve o que digo
E se alguém notasse, qual seria o castigo?
É uma realidade triste e torta
Largo máscaras e saio pela porta
Sinto na cara um frio que corta
Mas até o frio aconchega mais que essa gente morta.
Larguei as máscaras e afinal
Dei por mim nas ruas da capital
A assistir aos bailes pelo beiral
De uma janela com um belo vitral.
Mais uma máscara para ver outro exterior
Para colorir o cinzento, dar um pouco mais de cor
Olhar para fora não provoca assim a dor
Mas estar lá dentro não significa conhecer o amor.
No baile não há confiança
Aquela peruca apenas parece uma bela trança
Aquilo que cá fora mais me cansa
É haver tão pouca gente nesta dança.
Máscaras que nos dão, outras que pomos
Ninguém quer saber como realmente somos.
Diogo Carvalho, in “Nunca Só”
1 comentário:
Obrigado tu por no poema dançares esta dança...
Procuro que as minhas máscaras sejam de borracha leve... não é o ideal... mas sempre são melhores que as pré-formatadas de plástico duro que espremem os teus contornos para o encaixe...
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