quinta-feira, junho 29, 2006

SESSÃO ESPECIAL:

Realizou-se no dia 28 de Junho a 2ª sessão especial dos Meninos da Avó.
Esta sessão consistiu na divulgação do espectáculo de dia 30 de Junho do Sintra Estúdio de Ópera, tivemos uma apresentação desta associação que vai promovendo e apresentado muitas vezes obras inéditas de compositores portugueses.
O próximo concerto vai ser composto pela interpretação de obras de José Cláudio de Almeida e Marcos de Portugal.
Sobre este segundo compositor esteve presente o musicólogo António Jorge Marques cuja tese de doutoramento incide precisamente sobre a vida e obra de Marcos de Portugal!
Ficamos a conhecer este compositor tão desconhecido e esquecido ao longo da História. Ainda hoje existem uma série mistificações e incorrecções biográficas que são retratadas no trabalho de António Jorge Marques. Bastante influenciado pela sua estadia e estudos em Itália, este compositor foi no seu tempo o mais importante do reino merecendo sempre uma protecção e atenção dos reis de Portugal com quem colaborou sempre de perto.
Ficou o convite e a esperança de podermos estreitar mais a nossa ligação com estes convidados e de no futuro darmos mais informações do seus trabalhos.

quinta-feira, junho 22, 2006

SESSÃO ESPECIAL:



"Marcos Portugal Património Musical de Sintra"


A titulo do próximo concerto do Sintra Estúdio de Ópera, baseado na Obra Sacra de Marcos Portugal, a tertúlia poética "Meninos da Avó" em colaboração com a Alagamares Associação Cultural, convida para um encontro onde António Jorge Marques, o mais proeminente especialista na Obra Sacra de Marcos Portugal fará uma palestra sobre a sua Obra e em especial para as estreia das "Matinas".

>> Quarta-Feira 28 de Junho pelas 21h30 - Restaurante "Regalo da Gula" na Quinta da Regaleira - Sintra

Esta conferência servirá de promoção para um Concerto do Sintra Estúdio de Ópera & Solistas da Orquestra de Cãmara de Sintra, no próximo dia 30 de Junho pelas 21h30 na Igreja de São Martinho em Sintra no âmbito do Festival de Sintra.

O Programa a apresentar é constituido por três obras compostas no ínicio do séc.XIX para a Igreja de Sintra, nomeadamente uma Missa e um Te Deum datados de 1814 e da autoria de José Claudio de Almeida para a Igreja de Santa Maria e umas Matinas da Conceição, escritas em 1802, para a Real Capela de Queluz, por Marcos Portugal.

Este concerto reveste-se de uma grande importância histórica, pois trata-se da recuperação e reabilitação do Património Musical de Sintra.

>> A Entrada é Livre, mediante prévio levantamento de bilhetes no Olga de Cadaval ou no local no próprio dia do Concerto ."

SESSÃO DE DIA 22/06/2006:

No dia 22 de Junho decorreu a 35ª sessão dos Meninos da Avó. Como anunciado tivemos como convidada a escritora Filomena Beja, a autora veio apresentar o seu mais recente romance: “A Duração dos Crepúsculos”. Contamos igualmente com a presença da pintora Maria José Ferreira que trouxe consigo as gravuras originais das ilustrações que estão presentes no livro, e de Miguel Real (fez a apresentação inicial da autora e do livro).

Este fascinante romance está dividido em vários espaços temporais, fazendo um percurso pelos momentos mais marcantes do século XX chegando até à actualidade, mostra-nos momentos como a segunda guerra mundial passada em Paris, um dos primeiros divórcios em Portugal no tempo da ditadura e uma curiosa incidência na vida e obra do matemático Pedro Nunes!
Um romance baseado em personagens e factos reais mas ficcionados pela e unidos pela autora. Depois da apresentação a vontade de ler este romance cresceu em todos os presentes.

segunda-feira, junho 12, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

Na próxima sessão que se realizará no dia 21 de Junho teremos como convidada a escritora Filomena Marona Beja.
Esta autora residente em Sintra publicou recentemente o romance “A Duração dos Crepúsculos”, ilustrado com os inconfundíveis desenhos de outra sintrense, Maria José Ferreira.
Este livro publicado pela D.Quixote, desperta no leitor um gosto nascido do cruzamento simultâneo entre os sentimentos de harmonia e melancolia.
É uma obra complexa e intrigante que se passa em três espaços geométricos temporais diferentes, apresenta um elevado número de personagens.
Para melhor compreender a construção desta obra contaremos com a presença não só da autora e da ilustradora assim como do escritor Miguel Real de quem nos vamos socorrer da sua acutilância e experiência na análise literária.

A POESIA ESTÀ NA RUA. NÂO PISAR

sexta-feira, junho 09, 2006

SESSÃO DO DIA 07/06/2006:

Realizou-se no dia 7 de Junho a 34ª sessão dos Meninos da Avó. Como anunciado tivemos como convidado o escritor Manuel da Silva Ramos. O autor presenteou-nos com as suas histórias e vivências que o marcaram e transpôs para os seus livros!

Tivemos o prazer de ter igualmente como convidados dois jograis que fizeram uma leitura teatrilizada e muito interessante de alguns trechos do último romance do escritor ("Ambulância").
A introdução e contextualização da obra do autor foi feita por Jorge Menezes e Miguel Real, depois da leitura dos jograis tivemos uma pequena introdução na vivência do autor ao longo dos tempos: desde os tempos em que esteve em França até ao seu regresso a Portugal, sempre pontuada com pequenas histórias cheias de humor e peripécias!

Em seguida fica o texto escrito por Jorge Telles de Menezes acerca do último romance do escritor Manuel da Silva Ramos:

UMA «AMBULÂNCIA» COM URGÊNCIA PARA PORTUGAL!

DO ROMANCE DE MANUEL DA SILVA RAMOS


A última obra do escritor Manuel da Silva Ramos, «Ambulância», é uma reportagem poética profunda sobre o Portugal coevo, uma inquirição sociológica à realidade que somos hoje, acabados que estão todos os impérios e afastado, parece, o fantasma do autoritarismo das mentalidades e costumes pela crescente internacionalização da economia, da política e dos padrões de vida.

Este é um Portugal desajeitado ainda no seu papel de país «civilizado» pareando com os países reformados do Norte, um novo-rico envergonhado do seu passado pobretana e que à boa maneira do Sul afirma a sua identidade pela competição nos sinais exteriores de riqueza. Este Portugal-Cherne, alegoria ao conhecido político mundanamente célebre por suas férias como convidado de milionários, continua subdesenvolvido na pobreza de muitos dos seus velhos, excluídos, desempregados, mas sobretudo na desumanidade a que vota os seus mais fracos e deficientes, tão bem personificados no destino de Carlitos.

Na nova ordem internacional, contudo, os salários dos trolhas portugueses, dos empregados do comércio, mas também os rendimentos de comerciantes ou profissionais qualificados chegam para alimentar os prostíbulos de meninas brasileiras que enxameiam o interior do país neste retrato impiedoso e verosímil de uma paisagem social que atravessa um processo de inquietantes transformações.

O caso da morte de Carlitos, um jovem portador de deficiência, mas doce e amigo de todos, às mãos da sua mãe, constitui-se como a parábola estruturante do livro, o núcleo narrativo em torno do qual gira a investigação do narrador ao nosso modus vivendis actual. Sua mãe é uma mulher brutalizada pela vida, pela nossa vida, uma vítima da falta de apoio e de solidariedade de uma sociedade que parece adormecida, hipnotizada e bloqueada por esta democracia que num plano social se revela completamente impotente para re-humanizar os portugueses. Embora pintada com cores muito cruas e violentas sentimos que por trás desta mulher e do seu comportamento esvaziado de valores morais está toda uma sociedade. Ela não é culpada, todos nós o somos, se tivermos que encontrar um bode expiatório.

O Portugal por trás de Carlitos e de sua mãe é ainda o do obscurantismo religioso e da superstição tão escandalosamente explorada por santinhas milagreiras, mas que também encontra forças nalgumas das suas tradições, como na festa do bacalhau em Alenquer, para ser iconoclasta, crítico e satírico retomando a veia de um espírito que se exprimia livremente na nossa Idade Média. A crítica de uma vida quotidiana dessacralizada, grosseiramente materialista, violenta e desumana, num país onde até os «inocentes são impuros» é feita a partir da perspectiva europeia do narrador; o alter ego com quem dialogamos é essa Europa rica onde afinal acabámos por não nos integrar, à qual só aparentemente pertencemos. Onde ficará o nosso centro? Este livro é com certeza um desafio para que meditemos sobre o que andamos para aqui a fazer, neste Portugal hodierno tão falho de coesão social, tão ignorante e jactanciosamente novo-rico.

Mas para além dos desafios que «Ambulância» coloca à nossa identidade, não devemos alhear-nos da impressionante densidade estética que este livro carrega. Quem gostar de ler a sério os nossos escritores encontrará aqui deleites estilísticos inesperados e refrescantes, uma sintaxe desenvolta e original, uma linguagem desculpabilizada e fracamente policiada que corre livre e directa para o que quer dizer e encontra ao fim a emotividade do leitor rendido à plasticidade da sua expressão. Pelo intenso e rigoroso elaboramento da palavra «Ambulância» é também um livro que se insere na tradição dos nossos grandes textos literários, e que pelo seu profundo sarcasmo e modernidade faz ressoar no leitor não só a tradição portuguesa do escárnio mas também aquela agudeza de espírito e verve tão características dos melhores escritores irlandeses, e pensamos muito concretamente em James Joyce. Muitas outras associações à tradição do espírito crítico europeu são também possíveis e certamente que o leitor as encontrará nesta «Ambulância» de que Portugal precisa com tanta urgência.

Jorge Telles de Menezes

terça-feira, junho 06, 2006

LANÇAMENTOS:

Nesta altura tão propícia a lançamentos e eventos literários destacamos dois que envolvem autores que já passaram nas nossas sessões:

No dia 8 de Junho é apresentado o livro "1755 - O GRANDE TERRAMOTO", de Filomena Oliveira e Miguel Real. A apresentação será feita pelo Dr. António Braz Teixeira, inicia-se às 18h30m e decorre no salão Nobre do Teatro Nacional D. Maria II.

No dia 10 de Junho pelas 17h decorrerá a sessão de lançamento do livro "Actualidade d’ Os Lusíadas" de Helena Langrouva, a obra será apresentada pelo historiador José Eduardo Franco. O local do lançamento é o foyer da Feira do Livro de Lisboa.

sexta-feira, junho 02, 2006

APRESENTÃO DO LIVRO "ERA CRISTOVÃO COLÓN (COLOMBO) PORTUGUÊS?".



Alagamares e a tertúlia literária Meninos da Avó levaram a cabo dia 31 de Maio, na Quinta da Regaleira, uma sessão de apresentação do livro de Manuel Luciano da Silva e Sílvia Jorge da Silva "Era Cristovão Colón (Colombo) português?".

Emigrantes nos EUA há mais de 60 anos, mas portugueses arreigados a um conceito de portugalidade própria de quem a mais sente quanto maior é a distância do rincão pátrio, esta obra, fruto de investigações em vários países da Europa e nos Estados Unidos, reitera a tese, cada vez mais consistente, de que Cristovão Colón era um judeu de ascendência alentejana, envolvido nas lutas de corte por vezes fraticidas do tempo de D. João II.
Fluente no texto, profundo na abordagem científica da tese, esta obra é uma profunda pesquisa na noite da História dos Descobrimentos e seus mistérios, produto dum olhar científico e metódico e não de qualquer patrioteirismo bacoco de exaltação.
Português da diáspora, este enérgico escritor fruto do ecumenismo e do ser português naquilo que hoje tal possa significar numa época de globalização unidimensional, representa uma lufada de refrescamento na normalmente pacata e engajada "inteligentsia" portuguesa, e trás à memória os cronistas de antanho, na sua escrita escorreita e absorvente.
Leiam este Colón português e descubram que tudo o que julgamos saber ainda está no patamar da dúvida e da especulação. Foi pois um fim de tarde mágico naquela Regaleira sobranceira aos Castelos onde se viu e ouviu essencialmente algo que cada vez mais rareia: um Português


Uma nota de destaque para a nossa amiga Teresa Ricaro cujo dinamismo e espírito de iniciativa tornou este acontecimento possível!