terça-feira, maio 30, 2006

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA:


Anuncia-se que nesta quarta (dia 31 de Maio), vamos ter uma sessão especial, aproveitando a presença na Feira do Livro de Lisboa, contamos com a presença do escritor: Manuel Luciano da Silva. Este autor vem apresentar o livro "Cristovão Colon (Colombo) era Português".
A sessão decorre num horário diferente do habitual já que a sessão inicia-se às 18 horas, seguindo depois o habitual jantar.
Esta sessão é feita em parceria com a associação Alagamares, segue-se uma breve apresentação do livro e dos autores:

Sobre o livro:

Pela informação extraordinária que contém ou pelas interpretações originais dos vários monumentos históricos que apresenta, será difícil a qualquer leitor ficar diferente a este livro
Usando uma linguagem clara e objectiva, acessível a qualquer leitor, nem por isso os autores deixam de se exprimir com garra, veemêcia, firmeza e convicção.
(nota do editor)

Os autores:

Casal de emigrantes portugueses nos Estados Unidos da América, Manuel Luciano da Silva, médico, desembarcou em Nova Iorque a 26 de Janeiro de 1946. Sílivia Neto Tavares Jorge da Silva, professora, chegou a Boston, Massachusetts, a 11 de Abril de 1961.
Desde 1963 têm vivido com a sua família em Bristol, estado de Rhode Island, Nova Inglaterra, local que pode ser considerado o epicentro de todos os lugares históricos desta região relacionados com o descobrimento e a colonização portuguesa nestas paragens.
Ao londo de mais cinco décadas, Manuel Luciano da Silva tem investigado a história das inscrições da Pedra de Dighton, gravadas por Miguel Corte Real, em 1511.
Demonstrou, com pesquisas originais, que a primeira colónia europeia na Nova Inglaterra foi portuguesa.
Agora, com este "Cristovão Colon (Colombo) era Português" , os autores divulgam o resultado dos seus mais recentes estudos e pesquisas, fruto de múltiplas análises, efectuadas nos locais históricos e não sentados nas bibliotecas ou feitos a distâncias de mais de três mil milhas..."

Agradecimentos a Marina Emanuel de Lemos Ricardo e a João Emanuel Moniz por tornarem esta Tertúlia Literária possível.

sábado, maio 27, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

Na próxima sessão dos Meninos da Avó dia 7 de Junho teremos como convidado o escritor Manuel da Silva Ramos. O autor virá apresentar o seu último livro "Ambulância" e contará com a presença do ensaísta Miguel Real.

Segue-se uma nota bio e bibliográfica do autor: Manuel da Silva Ramos nasceu em 1947, na Covilhã, onde fez os seus estudos liceais. Estudou Direito em Lisboa mas ao fim de quatro anos abandona a universidade e o país e exila-se em França para fugir ao fascismo. Aos 21 anos ganha o Prémio de Novelística Almeida Garrett de 1968, instituído pela Editorial Inova e Portugália Editora, com Os Três Seios de Novélia. Publica três livros em parceria com Alface: Os Lusíadas (1977), As Noites Brancas do Papa Negro (1982) e Beijinhos (1996). Volta definitivamente a Portugal em 1997 depois de ter ganho uma Bolsa de Criação Literária atribuída pelo Ministério da Cultura. Em 1999 publica Portugal, e o Futuro?, O Tanatoperador, Adeusamália e Coisas do Vinho, com ilustrações de Zé Dalmeida. Em 2000, depois de uma viagem de investigação a Moçambique, publica o seu romance mais ambicioso Viagem com Branco no Bolso. Em 2001, depois de ter ganho uma outra Bolsa de Criação Literária, instala-se durante três meses em Praga, na República Checa, onde escreve Jesus, The Last Adventure of Franz Kafka, publicado em 2002. Em 2003, realiza uma factoficção sobre a sua cidade natal e o mundo dos têxteis: Café Montalto. Tem numerosos inéditos e a sua ficção, como disse um dia Ernesto Sampaio, é uma brisa fresca na literatura portuguesa.

Sobre «Ambulância» escreveu Miguel Real: «Puro O’Neill em prosa, Ambulância corresponde à irrupção actual da veia satírica que tem alimentado a literatura portuguesa desde a sua origem, com as Cantigas de Escárnio e Maldizer e algum teatro de Gil Vicente, corrente abafada pelo espírito da Contra-Reforma entre as segundas metades dos séculos XVI e XVIII, ressuscitada por Bocage, Cruz e Silva, Nicolau Tolentino e Agostinho de Macedo, majestosamente praticada por Eça de Queiroz no século XIX, e, no século XX, cultivada com mestria por Almada Negreiros, Natália Correia, Alexandre O’Neill e Luís Pacheco. Alguns textos de Rui Zink e, principalmente, dois livrinhos de Sérgio Almeida, Análise Epistemológica da Treta (2003) e Armai-vos Uns aos Outros (2004) (Quasi Editores), tentaram, já no século XXI, prestar actual legitimidade ao romance satírico como modo crítico e mordaz de denúncia social. Superior em qualidade, é, no entanto, em Ambulância que a vertente satírica do romance português, confluindo com a tradição portuguesa da graça jocosa, a frase curta ao modo do epigrama faceto, o refrão trocista, a repetição pela semelhança fonética ao modo surrealista, o entremez escarnecedor e acutilante, numa palavra, o universo literário da farsa e da sátira se revê hoje como arma de arremesso contra os poderosos do mundo da política, do futebol, da Igreja e da construção civil.»

quinta-feira, maio 18, 2006

SESSÃO DE DIA 17/05/2006:

No dia 17 de Maio de 2005 realizou-se a 33ª sessão dos Meninos da Avó. Numa sessão livre homenageou-se uma figura ímpar na cultura nacional: o actor Mário Viegas!

Evocaram e leram-se textos de vários autores, mas um destacou-se! um manifesto enviado pelo amigo e companheiro António Naud Júnior, reproduzimos esse manifesto em seguida como forma de matar saudades!


MANIFESTO: Arte, Poesia & Vida



Os homens esqueceram-se do seu dever de pensar.

Nós, poetas do mundo, dizemos "Basta!" e falamos ainda dos "lobos".
"Basta": uma das mais belas palavras poéticas pronunciadas ou ainda possíveis de pronunciar.

"Lobos". Nós poetas, nós somos "lobos"; organizamo-nos como os lobos e não como o homem, enquanto lobo do homem.
Os lobos foram perseguidos, cercados e falsamente acusados de serem insaciáveis, pérfidos, demasiado agressivos e, em particular, serem menos respeitosos que os seus detratores. Eles foram o alvo dos que desejavam não só limpar a selva mais ainda queriam eliminar o território mais selvagem do psiquismo, neutralizando o intuitivo até o ponto de não deixar rastro algum. A depredação exercida contra os lobos por aqueles que não os compreendem é espantosa.

Nós, poetas do mundo, somos lobos, defensores deste "território selvagem" e sublime que ainda felizmente existe, escondido na sombra desta vida feita à imagem do "Deus Mercado".
Nós, poetas do mundo, uivamos alto e em bom som que a Poesia é antagonista, crítica, rebelde e subversiva por natureza. Que a poesia destrói e se destrói num só movimento.Que ela cria e recria permanentemente o mundo. Nós dizemos, tal como os surrealistas, que a Poesia é uma liberdade absoluta. Ela é imaginação. Num grito de anjos, nós uivamos que a Poesia é um sistema luminoso de sinais.

Após o nosso "Basta!", os nossos sinais, a nossa tentativa de asas:
1. "Eis o tempo dos assassinos!", escreveu Rimbaud. Esse tempo perdura até hoje, impôe-se mais que nunca e, finalmente, parece ter ganho para sempre raízes em toda a Terra;

2. Nós, poetas do mundo, erguemo-nos contra esse "Tempo dos Assassinos", como sempre fez a Poesia, desde o nascimento do primeiro verso feito pelo primeiro ser humano e desde a primeira marca deixada pelo primeiro ser humano na primeira caverna;

3. Nós, poetas do século XXI, decidimos lutar, através das nossas palavras, contra os Assassinos da beleza lúdica

4. A Ilíada e a Odisséia eram poemas tão belos quanto populares. Nesses tempos longínquos não havia nenhuma diferença entre os gregos, ou os seus predecessores, e os seus poetas. A Grécia foi antes de tudo Poesia e só mais tarde Filosofia. E a Poesia, durante séculos, foi transmitida de boca em boca (e assim nasceu a tradição oral), e discutia-se filosofia em plena praça pública, no mercado - em miniatura, pois era só um mercado de ovos e de galinhas. Germinou assim a dialética, a discussão razoável, hoje tão repreendida.

5. O positivismo, o pragmatismo e a Razão Técnica espoliaram os seres humanos da sua ferramenta principal, a possibilidade de dizer "Não", de criticar, de contradizer. Eles espoliaram-no da sua "negatividade", atributo humano por excelência, exceção que justamente nos diferencia do resto das criaturas do universo. Eles aprisionaram a rebelião. Em suma, transformaram-no num "Sim" absoluto. Transformaram-nos em máquinas predispostas a consentir, a obedecer, a admitir o "consensos". Em reflexos condicionados. A Humanidade encontra-se à beira de um precipício cujo monstruoso fundo mal antevemos. "Basta!" rugimos, nós, os poetas do mundo.

7. Duas dimensões essenciais nos orientam (a do "Sim" e a do "Não"), mas só a primeira é permitida, pois insolente e quase que imperceptivelmente nos surrupiam a segunda.

8. Todavia, a Beleza, a Verdade e o Bem (valores supremos socráticos e de toda a filosofia que se lhe seguiu) não podem ser entendidos em toda a sua magnificência senão pela via do "Não". O "Não" nega a comodidade, a facilidade e a vulgaridade do instante imediato, os "fatos". O "Não" é o símbolo da liberdade.

9. Nós, poetas do mundo, seremos os Poetas do "Não", ou não seremos.

10. Para nós, a Beleza será convulsiva ou não será. Nem o amor, nem o erotismo nem a sexualidade nos são estranhos. Nem a Paixão do Absoluto. Nem aquilo que hoje se chamam as guerras. "Guerras", são o que se chama às agressões do Império contra os povos mais frágeis da Terra, por mais pequena que seja a sua riqueza que falta ainda pilhar, ou aqueles que têm uma posição estratégica, do ponto de vista da execução do sacrossanto trabalho de pilhagem dos povos que restam ainda relativamente indenes. A nós, poetas do mundo, elas não nos deixam indiferentes e perturbam-nos. Somos igualmente sensíveis à miséria "globalizada" que cresce regularmente, à hipocrisia dos também e cada vez mais globalizados "direitos dos homens" que são, na realidade, os "direitos dos dissolventes". "Direitos dos Homem". Eis uma esquisita associação de palavras. Palavra que temos o dever de defender contra toda a malícia, contra todo o contrabando que possa ocultar ou corromper a verdade.

11. Nós, os poetas do mundo, temos o dever de alumiar as auroras. O nosso ofício são as palavras e a nossa obrigação, em conjunto com os nossos camaradas criadores da ficção literária, é de desmascarar milhões de termos e de frases evidentemente falhas que nos "vendem" como se fossem verdadeiras. Temos igualmente horror aos restos das bandeiras negras dos piratas dos piratas do século XXI. Essas bandeiras não têm já as caveiras com dois ossos entrecruzados. Por um passe de magia, elas exibem agora as caras de jovens moças, fascinantes e bonitas. Caras essas com as quais nos tentam vender quer um veículo quer uma crença ingênua, sob o pretexto que o único interesse dos Assassinos Internacionais, multinacionais e nacionais é o nosso bem estar ou a preservação da Natureza, os nossos "direitos do homem" e a nossa benfeitora - ainda que por eles desprezada - Terra Mãe. Nós, os poetas do mundo, tomamos por exemplo o Cristo dos Evangelhos, e caminharemos ao lado dos Povos quando eles acordarem e gritarem "Basta!", lançando os mercadores para fora do Templo. O Templo do século XXI não se encontra em Jerusalém mas na própria Humanidade, aprisionada e espoliada como hera seca. "Basta!": chega de seres humanos condenados e condescendestes, apesar de condenados às trevas.

12. Nós, os poetas do mundo, voltaremos ao amor. Porque temos a certeza que não se vive mais "O Amor em tempos de Cólera", mas antes a cólera desprovida de todo o amor. E que por causa do sexo sem alma, nem vida, nem mancha que nos envolve - virtual, incolor, inodoro e insípido - Eros tornou-se num gesto puramente patético que esquece toda a transcendência. O desejo transpõe-se em objetos de consumo e consome-se neles. Renuncia às delícias da comunhão dos corpos, das almas e dos espíritos, e transforma o mundo numa sexualidade privada de todo o erotismo, com homens e mulheres entregues ao consumo da sua própria solidão. Nós dizemos "Basta!" a esta des-erotização do mundo em que cada "eu" é um nômade sem janela a partir da qual ninguém consegue comunicar com quem quer que seja. Nesta compra-e-venda "global" em que o amor se tornou também numa mercadoria, é preciso dizer que a chamada "Revolução Sexual" que nos devia libertar e trazer a Felicidade se metamorfoseou em "Revolução de Negócios".

13. Um mundo sem amor é um mundo sem poesia. Se John Donne, Castro Alves, Paul Eluard, Paul Celan, García Lorca ou Mário de Andrade ressuscitassem neste século eles não escreveriam senão poemas de magnificência pelo amor. Nós, os poetas do mundo, vivendo a mais dramática passagem entre dois séculos, erguemos os archotes e tentemos desesperadamente erotizar o mundo, a partir e com a nossa Poesia. A Beleza é o nosso dever.

14. E nós, poetas do mundo, estamos implicados na esperança, na luta celeste e na sementeira. Para um dia poder dizer: "Eis enfim o tempo dos que amam!”

Obrigado!

CONCERTO COMEMORATIVO DO CENTENÁRIO DE FERNANDO LOPES GRAÇA:

Fernando Lopes Graça nasceu faz agora 100 anos,

e a ALAGAMARES, associação com Memória não esquece os que contribuíram com o seu talento para o universo cultural nacional.

Conjuntamente com o Grupo Coral de Queluz, dia 21 de Maio pelas 17h, estaremos a evocá-lo em concerto na Sociedade União Mucifalense, no Mucifal, Colares.

Mais informações em: http://www.alagamares.net

WORKSHOP DE TEATRO:

De que forma podemos controlar a inspiração, combater os clichés, tornar o personagem verdadeiro?

Em 1863 nasceu na Rússia um homem chamado Constantin Stanislawski, que dedicou toda a sua vida à construção de um método que ajudasse os actores e encenadores a combater esta problemática.

Este método foi evoluindo e abordado, por encenadores e actores, sob diferentes perspectivas.

Bibi Perestrelo trabalhou com diferentes mestres deste método:

com Sonia Moore – aluna de Stanislavski – estudou um ano em Nova Iorque;
com Polina Klimovitskaya – que aborda o método segundo Checov – estudou um ano e foi actriz na sua encenação de “As Três Irmãs”, apresentada no CCB;
com Marcia Haufrecht – o método segundo Lee Strasberg do Actor’s Studio – realizou seis estágios entre 1996 e 2001.

Este workshop resulta dos conhecimentos adquiridos por Bibi Perestrelo com estes e outros professores e da aplicação que deles foi fazendo enquanto actriz e encenadora.

Mais informações no renovado site dos Utopia teatro: www.utopiateatro.com

CONFERÊNCIA:

Priscilianismo: uma Heresia Ibérica Medieval

Conferência e DebateDia 22 de Maio pelas 18h30

Conferencistas: João Aguiar, Ricardo Ventura e Rui Freitas

«No século IV da nossa era, a cidade de Braga foi dominada por uma heresia. O Priscilianismo, doutrina a que foi atribuída uma filiação gnóstica, talvez de origem egípcia, conquistou a província romana da Galécia - de que Braga era a capital -, avançou pela Lusitânia, estendeu-se à Bética, e atingiu a Gália.

Prisciliano, o chefe espiritual do movimento, teve de enfrentar uma viva oposição por parte da hierarquia eclesiástica e do poder temporal. No entanto a sua doutrina sobreviveu durante cerca de duzentos anos, pois resistiu à queda do império, às invasões bárbaras e ao estabelecimento do reino suevo».

In contracapa da obra O Trono do Altíssimo , de João Aguiar~

O Priscilianismo foi uma corrente cristã gnóstica? Uma heterodoxia que não venceu?
Uma forma de cristianismo primitivo? Porque teve uma adesão tão forte, por parte das populações da Galécia e da Lusitânia? Em que consistia a sua doutrina e que traços deixou na génese da nossa nacionalidade e naquilo que somos nos dias de hoje?

Estas são algumas das questões que serão debatidas neste colóquio, organizado pela Fundação Rosacruz em colaboração com o Museu Biblioteca República e Resistência, que conta com a presença do escritor João Aguiar, autor de " O Trono do Altíssimo" e Ricardo Ventura, tradutor dos Tratados, de Prisciliano e Rui Freitas, investigador.

Biblioteca Museu Républica e Resistência Espaço Cidade Universitária
Rua Alberto de Sousa, 10-A, à Zona B do Rego Tel: 217 802 760
Fax: 217 802 788
e-mail: bib.republica@cm-lisboa.pt www.cm-lisboa.pt/cultura/DBD/brepublica <http://www.cm-lisboa.pt/cultura/DBD/brepublica>

segunda-feira, maio 15, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

Na próxima sessão dos Meninos da Avó de dia 17 de Maio não teremos convidado!
Será uma sessão de leitura livre onde cada um terá a oportunidade de levar, declamar e partilhar poemas e outros textos.


A poesia está na rua! Não pisar!

sexta-feira, maio 05, 2006

CURSO:

INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO

Curso Livre pelo Dr. Miguel Real

6 MAIO · 24 JUNHO 2006 Sábados 10h30 · 12h30

O LABIRINTO DA RAZÃO E A FOME DE DEUS

De Pedro Amorim Viana e Teófilo Braga, no século XIX, a Paulo
Borges
e Viriato Soromenho-Marques, já no século XXI, intenta-se
levantar as estrutura configurativa do pensamento português contemporâneo,
dividindo-o em quatro grandes vertentes culturais:
o Racionalismo (de Júlio de Matos a Fernando Gil),

o Espiritualismo (de Domingos Tarroso a António Brás Teixeira e Carlos H. do C.
Silva
),

o Providencialismo (de Sampaio Bruno a António Quadros e Dalila Pereira da Costa)

o Modernismo (da “Questão do Bom Senso e do Bom Gosto”, em 1865, e das “Conferências do Casino”, em 1871, à integração de Portugal na Comunidade europeia, em 1986).


CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO:
Palácio da Quinta da Regaleira, Sala da Renascença.
Datas e Horários De 6 de Maio a 24

Custo: Curso completo € 100. Inclui entrega de diploma de participação e uma visita guiada à Quinta da Regaleira
Sessões individuais € 17/sessão.
Descontos:20% Estudantes, Passaporte
Regaleira e adultos com mais de 65
anos.

quinta-feira, maio 04, 2006

SESSÃO DE DIA 03/05/06:

No dia 3 de Maio realizou-se a 32ª sessão dos Meninos da Avó, como foi anunciado contamos com a presença do autor Sérgio Luís de Carvalho, o ambiente ficou marcado pela nostalgia dos muitos antigos alunos presentes deste professor de História da Escola Secundária de Mem-Martins. Num ambiente tertuliante vivo o autor foi falando dos seus livros, da inspiração subjacente a cada um deles, do processo de escrita. Também em destaque esteve outra função que actualmente ocupa o autor: o cargo de director científico do Museu do Pão.

De seguida fica uma transcrição de um texto da autoria de Filomena Oliveira e de Luís Martins, que analisa alguns dos romances de Sérgio Luís de Carvalho.

Analisando os três romances de Sérgio L. Carvalho (“Anno Domini”; “As Horas de Monsaraz” e “El-Rei Pastor”) como um todo, não podemos deixar de evidenciar três vertentes ideológicas e duas invariantes estruturais que caracterizam e singularizam a obra deste autor no panorama geral da literatura portuguesa actual:

1- O novo romance histórico não é estruturado segundo teses ou mensagens a transmitir ao leitor como verdades. Não se trata de evidenciar ficcionalmente uma lei histórica, de anunciar uma verdade, de contradizer uma argumentação, como o romance histórico do Romantismo, o drama histórico do realismo e naturalismo ou o romance histórico nacionalista; trata-se, somente, de escrever um romance, ou seja, um livro de ficção que pela ficção se resta. Em “El-Rei Pastor”, conclui-se que todos os grupos, todos os indivíduos históricos têm alguma razão e ninguém tem a razão total, nem as instituições oficiais, mais defensoras dos privilégios da Igreja dos cónegos e da hierarquia do poder, nem a seita do “Pastor”, que nasce como uma reacção do desagrado contra aquela, nem o próprio “Historiador”, cuja verdade depende da consulta das fontes, as quais, por sua vez dependem do processo de exclusão de outras fontes, quando não depende do processo de legitimação das próprias fontes como se constata em "El-Rei Pastor”.

2- Outra das marcas singulares da obra de Sérgio Luís de Carvalho nos seus romances é a da total ausência de leis históricas absolutas. Diferentemente, constatamos a existência de leis contingentes que favorecem ou inclinam a acção individual e colectiva num ou noutro sentido (o “tempo dos mercadores” em “As Horas de Monsaraz” por exemplo), mas nunca a existência de um sistema de leis que determinasse de um modo total o sentido da História.

3- Finalmente, sem o conforto de uma explicação providencialista ou sistemática da História e sem o conforto mental de adopção de leis necessárias, o resultado ficcional só pode ser de cepticismo e de pessimismo.

Gostaríamos, igualmente de sublinhar, como invariantes da obra de Sérgio Luís de Carvalho, seja o seu gosto pelos ambientes e história centrados na Idade Média, mas sem a carga de nacionalismo romântico dos autores do século XIX, seja a sua capacidade de dramatização do conceito milenário de “fim dos tempos”, que surgiram no seu primeiro romance, que enforma as personagens e a acção de “As Horas de Monsaraz” e que permanece em “El-Rei Pastor”, principalmente nos escritos do “Pastor”.

TEATRO:

A Associação Cultural Absurdo apresenta uma peça a partir de textos de Yvette Centeno e Harold Pinter, "A sagrada Família e outras Estórias".
Dias 5, 6, 12, 13 e 19 de Maio na Escola Secundária de Mem Martins (Pavilhão 8).

Entrada Gratutita
Todas as informações em http://nunolacerda.com.sapo.pt/absurdo/AbI2006.html
http://nunolacerda.com.sapo.pt/absurdo/AbI2006.html>

segunda-feira, maio 01, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

Na próxima sessão dia 3 de Maio teremos como convidado o escritor Sérgio Luís Carvalho. Este autor caracteriza-se por escrever romances históricos (alguns já premiados!) que meçerem destaque pela sua criatividade e pertinência.
Já escreveu vários livros dos quais destacamos: “História de Sintra”; “Sintra: As pedras e o Tempo” (escrito em parceria com João Rodil outro autor que já esteve presente nas nossas sessões).
É activista da Amnistia Internacional, Director do Museu do Pão em Seia e professor de História e História de Arte na escola secundária de Mem-Martins!