domingo, dezembro 17, 2006

BOAS FESTAS

Nesta quadra natalícia os Meninos da Avó desejam a todos os companheiros de poesia um feliz Natal e boas entradas em 2007.

Devido às habituais deslocações e azáfama desta quadra, no mês de Dezembro não se realizaram sessões dos Meninos da Avó.

Em Janeiro haverá novidades em relação à dinâmica dos Meninos, até lá mantenham-se atentos e participativos.

A Poesia está na rua. Não a pise.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

EXPOSIÇÃO

É inaugurada amanhã a exposição "Visão Criacionista" no café/bar 2 ao quadrado.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

REVELAÇÕES POÉTICAS:


Realiza-se o terceiro evento de poesia e música do ciclo Revelações Poéticas, que decorrerá no dia 9 de Dezembro, entre as 15h30m e as 17h, no Salão Nobre do Palácio da Pena em Sintra. Dedicado a Dom Fernando II, rei artista, o evento terá por tema o "Romantismo".

Durante o evento, os seguintes poetas apresentarão obras de sua autoria: Fred Lessing, Fernando Lobo, Leonel Machado, Maria Almira Medina, Jorge Telles Menezes e Alexandre Vargas. O conteúdo musical será assegurado por João Jacob (guitarra clássica).

No evento, durante o qual serão servidos chá e doçarias de Sintra, convidaremos também o público a apresentar poemas de sua própria autoria. Não tenha receio — traga um poema seu e partilhe-o connosco!

O evento é gratuito. Contudo, agradecemos que confirme a sua presença por correio electrónico (flessing@daymoon-music.com) ou telefone (dia 219244004, noite 219105260).

quarta-feira, novembro 29, 2006

HOMENAGEM:

Lembra-te

Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando seu fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde formos
um para o outro
vividos

Mário Cesariny, já mais pó de estrelas do que de carne.


Voz numa pedra

Não adoro o passado
não sou três vezes mestre
não combinei nada com as furnas
não é para isso que eu cá ando
decerto vi Osíris porém chamava-se ele nessa altura Luiz
decerto fui com Ísis mas disse-lhe eu que me chamava João
nenhuma nenhuma palavra está completa
nem mesmo em alemão que as tem tão grandes
assim também eu nunca te direi o que sei a não ser pelo arco em flecha negro e azul do vento

Não digo como o outro: sei que não sei nada
sei muito bem que soube sempre umas coisas
que isso pesa que lanço os turbilhões e vejo o arco íris
acreditando ser ele o agente supremo do coração do mundo
vaso de liberdade expurgada da monstruosa vida diante dos nossos olhos
Ainda longe longe essa cidade futura onde «a poesia não mais ritmará a acção
porque caminhará adiante dela»
Os pregadores da morte vão acabar?
Os segadores do amor vão acabar?
A tortura dos olhos vai acabar?
Passa-me então aquele canivete
porque há imenso que começar a podar
passa não me olhes como se olha um bruxo
detentor do milagre da verdade
a machadada e o propósito de não sacrificar-se não construirão ao sol coisa nenhuma
nada está escrito afinal

Mário Cesariny, já mais pó de estrelas do que de carne.


Pastelaria

Afinal o que importa não é a literatura nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra

Mário Cesariny, já mais pó de estrelas do que de carne.

Descanse em Paz.

SESSÃO DE DIA 24/11/2006:

O autor Diogo Carvalho



Realizou-se no dia 24 de Novembro a 44ª sessão dos Meninos da Avó.
Como anunciado a sessão contou com a presença do autor Diogo Carvalho que apresentou o seu livro “Nunca Só”.
O lançamento do livro ocorreu no restaurante Regalo da Gula, onde se encontraram alguns amigos e colegas do autor, o que contribuiu para um ambiente tertuliante algo íntimo mas muito interessante.
De seguida fez-se a sessão dos Meninos da Avó no café/bar 2 ao quadrado, na sessão leram-se poemas e textos do livro, sendo de referir uma performance feita por uma amiga do autor com uma forte componente cénica e emotiva!
Debateram-se alguns dos poemas do autor assim como a inspiração por detrás de alguns deles.
Para finalizar evocaram-se os 100 anos do nascimento de Rómulo de Carvalho/António Gedeão.

Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

António Gedeão


Máscaras

São pequenas as coisas que fazem muito sentido
Sofrer por aqui não estares, sem nunca te ter tido
Conhecer a história de um romance, sem nunca o ter lido
Sentar-me no trono do herói, sem nunca o ter sido.

É um baile de máscaras onde cada um pode ser o que quiser
Ser Rei, animal, criança ou mesmo mulher.
Pode-se fantasiar até onde se entender
Nada do que se dá é verdade, nada há a perder.

Nascemos neste baile que é já tão antigo
Usamos uma máscara para cada ocasião, nenhuma é de amigo
Se do coração falo, ninguém ouve o que digo
E se alguém notasse, qual seria o castigo?

É uma realidade triste e torta
Largo máscaras e saio pela porta
Sinto na cara um frio que corta
Mas até o frio aconchega mais que essa gente morta.

Larguei as máscaras e afinal
Dei por mim nas ruas da capital
A assistir aos bailes pelo beiral
De uma janela com um belo vitral.

Mais uma máscara para ver outro exterior
Para colorir o cinzento, dar um pouco mais de cor
Olhar para fora não provoca assim a dor
Mas estar lá dentro não significa conhecer o amor.

No baile não há confiança
Aquela peruca apenas parece uma bela trança
Aquilo que cá fora mais me cansa
É haver tão pouca gente nesta dança.

Máscaras que nos dão, outras que pomos
Ninguém quer saber como realmente somos.

Diogo Carvalho, in “Nunca Só”

sexta-feira, novembro 17, 2006

PRÓXIMA SESSÃO


Como já tinha sido anunciado a próxima sessão dos Meninos da Avó será no dia 24 de Novembro (sexta-feira).
Associamo-nos ao lançamento do livro "Nunca Só" do autor Diogo Carvalho.
O lançamento será feito no dia 24 de Novembro às 17h30m, no restaurante Regalo da Gula na quinta da Regaleira.
Depois às 22h ocorrerá a sessão dos Meninos no café/bar 2 ao Quadrado onde iremos contar com a presença do Diogo Carvalho e faremos uma apresentação do autor e do seu livro.
A Poesia está na Rua. Não a Pise

quinta-feira, novembro 16, 2006

What does the sun do?
You and I: we all.
There's no before no after
because the sun does itself
rather eyes of life's ways.

What do we do?
More than the sun life.
And there's no why or because
only one way to be alive
here very next of the light.

Filipe de Fiuza

quarta-feira, novembro 15, 2006

ANIVERSÁRIO:

E para se cumprir o que já vem sendo tradição, dia 18 de Novembro (Sábado) festeja-se mais um aniversário do DJ ManMachine.
Desta vez, para descentralizar, a festa vai ser em Sintra no Rustikafé, a música vai a ser a habitual mistura entre Electro, Rock, 80's e Disco.
O Dj convidado vai ser o Dj Attic, que se enquadra perfeitamente neste contexto festivo
O Rustik estará aberto desde as 22 até as 02..03..04.. depende de vocês ;)

APAREÇAM


Mais informações: http://www.manmachine.pt.vu/

REUNIÃO/DEBATE:

Missão 'Chalet da Condessa' (Em Galamares, dia 17.11.2006, às 21h)

De entre o património ao abandono absoluto em Sintra, Património Mundial, ressalta de forma chocante o chalet romântico de D. Fernando II e sua segunda esposa, Elise Hensler, condessa d'Edla, escondido na mata da Pena.Entendendo um grupo de cidadãos que se torna necessário agir de forma construtiva e propulsora no sentido do restauro dum património que é de todos, vimos convocar os cidadãos cultores da Memória para uma reunião/debate sobre este tema nas Caves de S. Martinho, em Galamares, dia 17 de Novembro, pelas 21h, aí se vindo a assentar sobre as formas de, enquanto sociedade civil, desperta e preocupada, actuar na busca dum final feliz para o Chalet da Condessa de Edla.

Mais informações em http://www.alagamares.net

terça-feira, novembro 14, 2006

ENCONTRO:


Dia 17 de Novembro encontro com Paulo Loução no café/bar 2 ao quadrado.

Sobre Paulo Loução:
Nasceu em 1964, na cidade de Lisboa. Nos seus estudos distinguiu-se na área da matemática, mas veio a intensificar a sua formação nos domínios da filosofia clássica, simbologia, antropologia religiosa e filosofia da história. Para isso, contribuiram os seus quinze anos de estudo e investigação na Escola de Filosofia da Associação Cultural Nova Acrópole. Tem escrito artigos e ensaios em áreas tão diversas como a ecologia, filosofia, esoterismo, história de Portugal e antropologia do imaginário. Desde há uns anos tem orientado as suas investigações no sentido de colaborar no necessário resgate da memória cultural e espiritual do nosso país. O estudo das diversas visões do mundo e da sua relação com o comportamento humano é também uma área que tem merecido a sua especial atenção.Actualmente é director do Projecto Ésquilo. Nesta qualidade concebeu e dirigiu o projecto multimédia, Descobrimentos Portugueses, editado em suporte CD-Rom. Amante da filosofia, escreveu um comentário filosófico à Alegoria da Caverna de Platão, que foi publicado pela Ésquilo em conjunto com a tradução de Pinharanda Gomes do texto clássico citado.

segunda-feira, novembro 13, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

Anunciamos que a próxima sessão dos Meninos da Avó ocorrerá só no dia 24 de Novembro (sexta-feira).
Excepcionalmente esta quarta feira não faremos sessão, pois associamo-nos ao lançamento do livro "Nunca Só" escrito por Diogo Carvalho.
O lançamento será feito ao final da tarde e depois terá continuidade na sessão dos Meninos onde contamos com a presença e participação do autor e leitura de alguns dos poemas que fazem parte desta sua primeira obra.



quarta-feira, novembro 08, 2006

TEATRO

Estreia dia 11 de Novembro * Entrada gratuita!

EstE sábado, dia 11 de Novembro, pelas 15h30, a Biblioteca Municipal de Cacém recebe a primeira apresentação ao público de O Capitão Bigodão Doce, um espectáculo infanto-juvenil que, de forma muito divertida, aborda o tema da prevenção rodoviária - do ponto de vista dos mais pequenos.
O Capitão Bigodão Doce é a primeira das aventuras deste simpático personagem, criado por João Pedro Frazão, que a Utopia Teatro leva à cena. Em breve, Bigodão Doce ver-se-à envolvido noutras peripécias...
11 de Novembro, 15h30: Biblioteca Municipal do Cacém (Praceta das Descobertas, nº 22 A, 2735-095 Cacém)

25 de Novembro, 15h30: Biblioteca Municipal de Sintra (Rua Gomes de Amorim nº 12/14, 2710-569 Sintra)

O Capitão Bigodão Doce
Roda-Baixa uma criança como todas as outras que só pensa em brincar… Mas será seguro brincar na rua? Não será perigoso andar de bicicleta na estrada? Quais os cuidados e precauções a ter?

No intervalo entre duas aulas, Roda-Baixa pedala para ir a casa buscar a sua bola de futebol. E no caminho Roda-Baixa tem um pequeno acidente… Talvez porque não fez a manutenção da bicicleta ou por que ia distraído, quem sabe?Em seu auxílio vem o Capitão Bigodão Doce: gordo, com uma forte bigodaça, muito brincalhão, bem contente e feliz mas preocupado com a segurança rodoviária.

sexta-feira, novembro 03, 2006

SESSÃO DE DIA 1/11/2006:


Rui Brás delcmando Poe
Realizou-se no dia 1 de Novembro de 2006 a 43ª Sessão dos Meninos da Avó. Um sessão livre algo intimista mas nem por isso fugiu do tema proposto: o Sobrenatural.
Evocaram-se fundamentalmente dois autores: Edgar Allan Poe e José Régio.
Edgar Allan Poe é visto como um dos autores com maiores ligações ao misticismo e sobrenatural leram-se alguns textos deste autor nomeadamente o “Corvo” obra maior e alvo de uma tradução de Fernando Pessoa.
José Régio é um autor com grande dose mística e que foi evocado num poema dedicado a outra grande personalidade cultural nacional Fernando Lopes Graça!

De seguida ficam dois textos lidos na sessão.

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.
Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."
Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.
E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".
Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".
Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".
A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".
Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".
Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!
Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais".
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!
O Corvo, Edgar Allan Poe


ÍCARO

ao Fernando Lopes Graça

A minha Dor, vesti-a de brocado,
Fi-la cantar um choro em melopeia,
Ergui-lhe um trono de oiro imaculado,
Ajoelhei de mãos postas e adorei-a.

Por longo tempo, assim fiquei prostrado,
Moendo os joelhos sobre lodo e areia.
E as multidões desceram do povoado,
Que a minha Dor cantava de sereia...

Depois, ruflaram alto asas de agoiro!
Um silêncio gelou em derredor...
E eu levantei a face, a tremer todo:

Jesus! ruíra em cinza o trono de oiro!
E, misérrima e nua, a minha Dor
Ajoelhara a meu lado sobre o lodo.

José Régio, Poemas de Deus e do Diabo.

segunda-feira, outubro 30, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

Esta quarta-feira, dia 1 de Novembro, pelas 22h00 os Meninos da Avó reúnem-se no Café-Bar "2 ao Quadrado" (Rua João de Deus, nº 68 - junto à estação de comboios de Sintra) para uma sessão subordinada ao tema Sobrenatural (pois dia 31 de Outubro é Halloween e dia 1 de Novembro é dia de Todos os Santos).
Tragam os vossos poemas, fantasmas públicos e privados, esqueletos lá do armário, imagens de santinhos e virgens fosforescentes!

A poesia está na rua. Não a pise!

quinta-feira, outubro 26, 2006

1ª OFICINA DE ARTES DECORATIVAS:



Alagamares-Associação Cultural vai levar a efeito no Sport União Colarense a 4 de Novembro (sábado) das 10h às 17h30 (com intervalo para almoço) uma oficina de artes decorativas incidindo na designada "técnica do guardanapo". A Oficina de Artes Decorativas da Alagamares pretende propiciar aos seus participantes técnicas de conhecimentos artísticos que partam da imaginação dos mesmos, apoiados peloo engenho da formadora, permitindo aos inscritos os meios para eles próprios poderem fazer o seu "artesanato", não só para seu uso pessoal, como para ofertar aos amigos e à família, (por exemplo, em épocas festivas como o Aniversário e o Natal).
A Técnica do Guardanapo consistirá na aplicação do vulgar guardanapo onde papel com desenhos, em diversos materiais, como caixas de madeira, prato em chacota, sabonetes, telas, etc, permitindo a magia de com pouco se fazer arte.

O preço será de 30 euros para associados e 40 para não associados, e inclui os materiais necessários à produção das peças. Inscrições até dia 3 de Novembro para o info@alagamares.net ou 919745221. Sem limite de idade, actividade para TODOS.

sábado, outubro 21, 2006

INAUGURAÇÃO:



É inaugurada(apesar de já se encontrar exposta) sabádo dia 28 de Outubro às 22 horas a exposição /é natural/ do pintor Pedro Pignatelli no café-bar 2 ao quadrado.
Convidamos todos a assitirem à inauguração e a conhecerem os quadros deste artista local!

Mais informações: http://2aoquadrado.blog.com/

sexta-feira, outubro 20, 2006

EXPOSIÇÃO



Exposição do I Concurso de Banda Desenhada Infanto-Juvenil de Colares.

Irá realizar-se de 28 de Outubro a 11 de Novembro de 2006, novamente no Sport União Colarense, sendo que na inauguração desta exposição, a 28 de Outubro, inserida na Feira ao Largo, realizada numa parceria entre a Câmara Municipal de Sintra e Junta de Freguesia de Colares, teremos a projecção de filmes de animação que se iniciará a partir das 16H00.

segunda-feira, outubro 16, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

A próxima sessão dos Meninos da Avó é na próxima quarta feira dia 18 de Outubro.
A sessão decorrerá no café/bar 2 ao Quadrado com ínicio às 22 horas e de tema livre.
Apareçam e tragam a poesia que vos comove!

A Poesia está na Rua. Não Pisar.

quarta-feira, outubro 11, 2006

REFLEXÃO:

NA ARTE DA PERFORMANCE ACONTECEM ACASOS PERFEITOS, COMO NA VIDA

Oh a beleza, a beleza, a beleza, preciso dela a todo o momento. A beleza nos seus olhos como lagos de uma luz vinda de dentro, onde quero mergulhar até ao “fim de partida”, no repouso ilusório de um sonho na vida. Repousar, sim, no fundo de seus olhos, eu, o pescador que ao crepúsculo medita sobre os lagos. Depois de lá estar dentro, sentir que nascia no seu sangue e percorria o mundo de olhos fechados, enquanto ela com o dedo nos lábios, pedia silêncio ao público e eu passava a porta de fundo, que dá para o além, o livro da vida na mão, para subir pela escada até à morte, ao final da minha representação.


George Till

Linhas inspiradas na Pantónica V, «Arquipélago», no passado dia 30 de Setembro na cidade da Horta, com o Teatro Tapafuros.

segunda-feira, outubro 09, 2006

ENCONTRO:

CONCERTO:

Sexta-feira, dia 13 de Outubro, o Núcleo de Música da Alagamares - Associação Cultural convida para mais um convívio musical, a ter lugar no Bar Vínil, em Sintra (na Correnteza). O artísta convidado é o Nick Nicotine, no seu novo projecto com características "one man show", onde toca guitarra, bateria e canta com fosse a última vez.

O "Blues" é o mote, o resto...

Fica aqui um texto de quem já assistiu a um espectáculo seu.
"A vida é mesmo assim. O que para muitos é um mistério, para outros tantos uma dificuldade inultrapassável, para Nick Nicotine é como respirar. A magia das grandes canções continua. A fórmula é a mesma, mas as histórias são outras… e a maneira de as contar também. Livre de intermediários, intérpretes, pressões e más companhias, é na Nicotine's Orchestra que a voz branca mais negra da Europa atinge a plenitude.
Um concerto da Nicotine´s Orchestra é uma experiência única, uma viagem sem retorno. Este maníaco acredita e faz-nos acreditar no verdadeiro poder do rock'n'roll e (e)leva-nos a uma audiência elitísta onde podemos "tocar" Son House, Big Star, Reverend Gary Davis, Pagans, Dr. Ross, Oblivians, Hank Williams, The Cramps, Hasil Adkins, The Gun Club, Tav Falco, The Gories. A festa ainda agora começou mas o legado do homem orquestra está aí, existe, e não é possível ignorá-lo por muito mais tempo.


"É que sai-lhe da alma! E sai-lhe das entranhas"

PERFORMANCE:

terça-feira, outubro 03, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

A próxima sessão dos Meninos da Avó realizar-se-á no dia 4 de Outubro, no restaurante Regalo da Gula, na Quinta da Regaleira. Será uma sessão livre onde todos os meninos e amigos estão convidados. Tragam poemas.


A poesia está na rua. Não pisar!

I ENCONTRO DE ALTERNATIVAS EM SINTRA:


Como foi anunciado, os Meninos da Avó estiveram presentes no I Encontro de Alternativas em Sintra, partilhando espaço e convívio com a associação Alagamares e a associação Agostinho da Silva.
Por estes três dias de encontros, partilha de saberes e experiências a organização deste encontro está de parabéns. Desejamos uma longa vida a esta iniciativa!

Fotos: Teresa Ricardo

quarta-feira, setembro 27, 2006

FEIRA AO LARGO:

No Largo da Igreja Matriz de Colares ( Largo Dr. Carlos França ) no dia 30 de Setembro.

Face à importância histórica e à situação privilegiada do núcleo antigo da Vila de Colares, a Junta de Freguesia de Colares e um grupo de residentes com o apoio da Câmara Municipal de Sintra (Divisão de Animação Cultural) vão realizar uma feira multifacetada no Largo da Igreja Matriz desta Vila no último sábado dos meses de Junho a Outubro (inclusive) e no período das 11.00 às 23 horas.

Esta feira consistirá na exposição e venda de:
- objectos antigos de colecção;
- livros temáticos antigos e contemporâneos e a representação da Livraria Municipal de Sintra;
- artesanato contemporâneo de autor ( brinquedos / marionetas / vestuário / objectos enquadrados na linguagem antropológica da região / entre outros );
- produtos de agricultura biológicos desta e de outras regiões;
- vinhos da região, representados pela Adega Regional de Colares e outros produtores.

No decorrer do evento e cerca das 19.00 h ocorrerão momentos musicais a cargo de agrupamentos do Concelho.

30 de Setembro

Grupo Coral e Instrumental Heróis da Musica

O Espírito da Lua – Teatro de Rua pelo Utopia Teatro às 22.00

sexta-feira, setembro 22, 2006

SESSÃO DE DIA 20/09/2006:



Realizou-se no dia 20 de Setembro a 40ª sessão dos Meninos da Avó. Numa noite dedicada ao Atlântico, a música interpretada por dois açorianos foi o momento mais marcante.
Numa linguagem simbiótica entre duas guitarras Pedro Hilário e o músico convidado (a “surpresa” do anúncio) Victor Castro, brindaram-nos com uma performance musical única evocando o espírito da mítica Atlântida. Uma sensação de insularidade dominou o espírito de uma sessão marcante que vai perdurar na nossa memória!



De seguida ficam alguns poemas de autores açorianos lidos na sessão:

DEZEMBRO DE SETENTA E UM,
CINCO ANOS DEPOIS


No dia em que Pompidou, Nixon e Marcelo
estiveram na Terceira, nós estávamos em casa e fazíamos
[amor.
E da janela do quintal chegámos a avistar os carros
[presidenciais
e parte da multidão que fazia o seu papel de multidão.
No dia seguinte, os jornais muitos dias depois lidos,
falavam da cimeira exaustivamente.
Fotografias da santíssima trindade e dos sítios onde
se hospedaram: o Marcelo no palácio dos capitães, o
[Pompidou
na estalagem da Serreta e o Nixon na sua base das Lajes.
O Dias Júnior ofereceu quadros trabalhados por ele em
[cedro

aos presidentes
Também vimos reportagens em grandes revistas
[internacionais.

Tudo isto não teria a mínima importância se,
por esses dias não estivéssemos em casa, violando
as regras do jogo que mandam o cidadão açoriano ser
hospitaleiro, agitar bandeirinhas patriotas e bater palmas
ante altíssimas cimeiras como aquelas.
Que estariam fazendo os poetas americanos e franceses
naquele dia? Estariam como nós a Ocidente, desfazendo
impérios, inventando a arte de dominar o corpo? Nós,
tínhamos a esperança que sim. Mas o Vietnam continuava,
Angola, Guiné-Bissau e Moçambique também. A nação
[árabe
bramia o petróleo contra Israel e por tabela contra
os presidentes de sorriso roubados ao sol de dezembro
[da nossa ilha
mas armados até aos dentes; e contra a gente
também. Mas nós vínhamo-nos no auge da crise:
assim é que estava bem! Cincos anos depois é justo
não esquecer que estávamos em casa e fazíamos amor
bem perto dos abutres e do seu repasto.

J. H. Santos Barros, “Os Alicates do Tempo”; edições Afrontamento 1979.


SONHO ORIENTAL

Sonho-me às vezes rei, nalguma ilha,
Muito longe, nos mares do Oriente,
Onde a noite é balsâmica e fulgente
E a lua cheia sobre as águas brilha…

O aroma da magnólia e da baunilha
Paira no ar diáfano e dormente…
Lambe a orla dos bosques vagamente,
O mar com finas ondas de escumilha…

E enquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto num cismar sem fim,
Tu, meu amor, divagas ao luar,

Do profundo jardim pelas clareiras,
Ou descansas debaixo das palmeiras,
Tendo aos pés um leão familiar.

Antero de Quental, “Sonetos”

Uma nota final para agradecer esta foto tirada pelo Gonçalo Morais e aconselhar uma visita ao seu blog: http://gnupost.com/blog

terça-feira, setembro 19, 2006

INAUGURAÇÃO DO "BANCO DO TEMPO"

O próximo dia 27 de Setembro marca o arranque do projecto “Banco do Tempo”. Trata-se de um banco em tudo igual aos outros, com cheques e depósitos, mas é o tempo que é usado como moeda de troca.


A agência de Sintra do Banco do Tempo vai ser inaugurada no dia 27 de Setembro, às 18h30 na Casa Mantero (Biblioteca Municipal de Sintra).

Promovido pela Associação Graal, o Banco do Tempo é uma rede de infra-estruturas de apoio social que promove a cooperação entre pessoas baseada na gestão do tempo pessoal para troca de serviços.

Os serviços prestados correspondem a actividades não profissionais assentes na boa vontade e na lógica das relações de “boa vizinhança”, como por exemplo, ajuda doméstica, acompanhamento a crianças, actividades recreativas, companhia, lições, cozinha e lavores.

Podem ser membros todos os que se interessem e empenhem nas actividades do Banco do Tempo. Quando alguém precisa de um serviço, contacta a agência. A agência procura um membro que o possa realizar e em seguida procura a melhor forma de pôr ambos em contacto.

O Banco do Tempo de Sintra terá sede na Associação Juvenil Ponte, situada em Casais de Mem Martins.
(contactos: 219 260 144/938 115 938)

quinta-feira, setembro 14, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

A próxima sessão dos Meninos da Avó realiza-se no Bar/Café 2 ao quadrado no dia 20 de Setembro, com ínicio previsto por volta das 21h30m.

Vai ser uma sessão livremente condicionada ao Atlântico!

Contamos com uma possível surpresa para os presentes e convidamos a todos para pesquisarem e embrenharem-se nos mitos e poesia ligada ao Atlântico ou feita por Atlantes....


A Poesia está na rua! Não pisar

5ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA:

s
Pedro Hilário e Nelson Tamagnini


No dia 13 de Setembro decorreu a sessão extraordinária dos Meninos da Avó. Como foi publicitado contámos com a presença do artista multifacetado Nelson Tamagnini.
Fomos presenteados com uma apresentação musical muito especial onde se tocou o Dulcimer, um instrumento feito pelo próprio artista e com um som muito característico!
Com a preciosa colaboração de Pedro Hilário o apontamento musical terminou com uma jam session.
Finalmente Nelson Tamagnini mostrou-nos e deu breves explicações de algumas das suas esculturas, obras expostas e reconhecidas principalmente na Inglaterra.
Foi uma sessão muito diversificada onde fizemos mais um amigo de quem esperamos manter o contacto e saborear as suas diversas facetas de artista!

( : sono)

O meu sono é entrançado.

Cruzo rendas e caminhos enquanto durmo

e tacteio as margens bordadas do meu cansaço.

De dia

deito-me entre as laranjas que escorregam das árvores

devagar.

Toco-as, respiro-as.

Às vezes recorto as cascas vivas

e faço tranças e rendas

para me poder vestir

de vitaminas e sol.

Com os caroços faço colares enormes

que prendo no cabelo

e que depois desfaço

para contar os dias.

Ana (poema lido durante a jam session)

quinta-feira, setembro 07, 2006

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA:

No dia 13 de Setembro vamos ter mais uma sessão extraordinária que decorrerá no Bar/Café 2 ao quadrado (junto à estação de comboios de Sintra) e terá início por volta das 21h30m.

Desta vez teremos uma sessão musical protagonizada por Nelson Tamagnini e tem como nome: «A Passagem de uma Alma Multiversal por Sintra com uma Dulcimer nas Mãos»

Nelson Tamagnini nasceu em Portugal no dia 30 de Novembro de 1942. Tem vivido uma vida de um viajante errante. Em 1971 fez um curso no colégio de Artes de Hammersmith, posteriormente estudou no Colégio de Arte de Chelsea onde, em 1974, terminou um graduação académica. Toca guitarra portuguesa e colabora com o grupo Theatre 84, fez algumas pequenas exibições no instituto de artes contemporâneas em 1974. Utiliza materiais pouco convencionais na sua arte visual (maioritariamente em 3 dimensões). É frequente deixar trabalhos seus nas suas viagens em portas e muros, o que demonstra o seu sentido de humor fatalista.

Dulcimer é um instrumento inspirado no folclore inglês, 37 cordas esticadas em três fontes, consegue três sonoridades diferentes. Improvisa, como no jazz, com essa sonoridade. Dulcimer é fora de moda, construída por Nelson, os 37 cravos com um furo no meio foram também feitos pelo próprio músico. É um rectângulo de madeira, a caixa tem 5 cm de espessura e em cima tem um V onde se afina as cordas.


Citação do artista:
“Como um Verdadeiro Artista, eu vejo o meu trabalho (o toque de génio de um Criador) como uma Humilde contribuição para a humanidade e um fragmento de um Divino e Grande Puzzle… ….TUDO JUNTO FAZ SENTIDO!”

SESSÃO DE DIA 06/09/2006:




Poeta Duarte Braga


No dia 6 de Setembro decorreu a 39ª sessão dos Meninos da Avó. Como foi referido contámos com a presença do poeta Duarte Braga.
Este poeta estudioso das letras trouxe-nos a sua poesia sacro-mística (da sua colectânea ainda inédita A madrugada dos cegos ou Terra vertical), assim como algumas das 72 Teses sobre a Graça e a Matéria e uma conversa sobre os dois contos que os inspiraram: Santa Eponina de Raul Brandão e o menino da avó esmagado nas rochas do Conto de Natal de Fialho de Almeida.
Fica a promessa de serem publicados no blog, num futuro próximo, alguns textos referentes à participação do poeta Duarte Braga.
A sessão decorreu na encantadora esplanada situada na fonte das Quimeras onde contámos com uma noite muito amena e um abençoada lua cheia, também com intervenções livres do público das quais publicamos duas em seguida.
Uma última referência à presença de muitos meninos novos que marcaram presença pela primeira vez e esperamos que as suas visitas se tornem frequentes!

Imagem do Sol

O Sol está mergulhado na atmosfera
como nas penas o bico
da ave aquática que dorme

Sobre a cordilheira chuva
louro-claro espessa como crinas de cavalo

E então ergue-se o indómito
animal encharcado na luz
transbordante como se o ar florisse

(Aflorar, Stuttgart, DVA, 1998), Christoph Willhelm Aigner


içar loucos lumes com amigos contentes
de facto fim enquanto entendem enclavinhar
homens à intransmissão do lugar povoado
que enche quatriliões de plexiformes sóis
porque aqui éons possivelmente vegetei
em choro legítimo mel de escarpas
ao colidir com a esfera dum pleno desvanecer
naturismo alar de verter cálidas interrogações
voltem de máximas procuras de mínimos voltem
motivos que transbordam vorazes ilíquidos
de supressões radicais acudindo-nos
por implantar torrentes sentimentais
compelindo inestéticos peões à foz arborescente
consoante a medida do tomador vermelho

Filipe de Fiuza


Duarte Braga

72 Teses Sobre a Graça e a Matéria

« La Grâce, c’est la loi du mouvement descendent» (S. Weil).

I

A Graça é uma lei da descida, da descida aos infernos.

Cristo desceu ao limbo para libertar os profetas antigos: o movimento do novo que
liberta o antigo e sua lei de conservação.

A Graça é o mais novo, o caule que mais hesita.

A graça é a absoluta novidade, o absolutamente novo.

O coleccionador é aquele que mais peca contra o espírito.

A Graça é o novo. Deus como a grande catedral de Rilke, construída por mãos trémulas,
a abóbada.

As capelas imperfeitas do mosteiro da Batalha mostram-na em acção e suspensão.

O movimento de adentramento na matéria, em Raul Brandão e Fialho, é o movimento
de assumpção da matéria e do seu resgate, mas um resgate feito pelo amor dela, pelo
beijo ao leproso.

O esvaziamento da matéria é a experiência do seu peso.

O esvaziamento da matéria é a experiência do seu amor.

Restantes aforismos no link: www.pauloborges.net na secção de autores convidados

quarta-feira, setembro 06, 2006

AGOSTINHO DA SILVA:

Depois de um curto período de férias, as Comemorações do Centenário de Agostinho da Silva regressam em força.Eis o programa de Setembro:

2006 Centenário de Agostinho da Silva

Programação geral Setembro 2006
Dia 9, Sábado - 21h30, Feira do Livro de Gondomar: Inauguração da Exposição "Agostinho da Silva: Pensamento e Acção"/ Evocação de Agostinho da Silva (Renato Epifânio).

Dia 12, 3ª feira - 18h30, Livraria Fnac (Chiado, Lisboa): Apresentação da obra Tempos de Ser Deus: a espiritualidade ecuménica de Agostinho da Silva (de Paulo Borges).
- Biblioteca Municipal de Palmela: Inauguração da Exposição "Agostinho da Silva: Pensamento e Acção".

Dia 21, 5ª feira - 18h00, Museu d´Água/ Aqueduto da Patriarcal (Jardim do Príncipe Real, Lisboa): Apresentação da obra Tempos de Ser Deus: a espiritualidade ecuménica de Agostinho da Silva (de Paulo Borges). Com a presença de Frei Bento Domingues e de outros representantes de diversas confissões religiosas.

Dias 21-22 - Centro de Estudos Afro-Orientais, CEAO (Salvador da Baía, Brasil): Ciclo "Agostinho da Silva e a Baía" (com a presença de Pedro Agostinho da Silva, Amândio Silva e Jocélio Santos (Presidente do CEAO).

Dia 22, 6ª feira - 21h00, Fórum da Maia (Maia): Comunidade de Leitores, "Uns poemas de Agostinho".

Dia 30, Sábado - 15h00, Biblioteca Municipal de Palmela: "Curso de Introdução ao Pensamento de Agostinho da Silva" (Renato Epifânio, Ricardo Ventura, Rui Lopo).
- Biblioteca Municipal de Sesimbra: "Colóquio Agostinho da Silva e o Espírito Universal"

10h00: Sessão de Abertura.
- Apresentação do Colóquio pela Vereadora do Pelouro das Bibliotecas Municipais, Guilhermina Ruivo.
- Introdução à vida e à obra de Agostinho da Silva, por Paulo Borges, Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Presidente da Associação Agostinho da Silva e da Comissão das Comemorações do seu Centenário.

10h30/12h30: Mesa "A Educação em Agostinho da Silva". - Luís Paixão - Joaquim Domingues - Manuel Ferreira Patrício Moderador: João Aldeia

12h30/14h30: Almoço

14h30/16h30: Mesa "A obra literária de Agostinho da Silva" - Ruy Ventura - Nicolau Saião - António Cândido Franco Moderador: Pedro Martins

16h30/17h00 Intervalo

17h00/19h00: Mesa "Portugal e o V Império" - Pedro Sinde - Jorge Preto - António Telmo Moderador: Roque Braz de Oliveira

Programa completo in: www.agostinhodasilva.pt

Para mais informações: Renato Epifânio (967044286)

sexta-feira, setembro 01, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

Quarta feira dia 6 de Setembro iremos receber a visita do poeta Duarte Braga.
Embora imberbe como D. Sebastião, Duarte Drummond Braga já dá cartas. Vai ler-nos O Poeta alguns poemas do seu estro ainda inédito: A madrugada dos cegos ou Terra vertical, entremeados da respectiva exegese.
Seguir-se-á a leitura de alguns aforismos satanistas, das suas 72 Teses sobre a Graça e a Matéria e uma conversa sobre os dois contos que os inspiraram: Santa Eponina de Raul Brandão e o menino da avó esmagado nas rochas do Conto de Natal de Fialho de Almeida. Aqui ficam três ou quatro aforismos:

O coleccionador é aquele que mais peca contra o espírito.

A Graça é o mais novo, o caule que mais hesita.

As flores da matéria são as coisas.

A dor é a Graça alada.

segunda-feira, agosto 21, 2006

4ª SESSÃO ESPECIAL:

Decorre no passado dia 18 de Agosto a sessão especial dos Meninos da Avó!
O espaço onde decorreu esta sessão foi o Bar 2 ao quadrado.
Como foi anunciado contamos com a presença dos autores Luís Filipe Sarmento e Juan Manuel González a eles se juntou Fernando Dias Antunes, ficando assim completo o trio de declamadores da noite.
Uma sessão multi-cultural onde se deambulou pela língua e cultura Ibérica, vários temas e sensibilidades foram expressados mostrando a diversidade e potencialidade da Poesia como linguagem universal!

De seguida fica um poema lido na sessão:

Até quando?

Nas encruzilhadas do medo e da dor
perante o feérico olhar de Kali e o letal bailado de Shiva
sob a ímpia cadência do longevo látego patriarcal
ferra os dentes no freio da submissão
enquanto caminha vergada
ao peso da lenha que carrega
para o calor da mesa e da cama.


Sagaz guardiã da semente primordial
fonte que a vida sacia de desejo e deleite
segue os peregrinos trilhos de Lakshmi
no ciclo do nascimento e da morte
rumo ao altar da abundância.

Regaço de príncipes e cavaleiros
porto seguro de guerreiros em campanha
abismo de sacerdotes e poetas de falsidade
o seu corpo é a arena da volúpia dos prepotentes.

Final de Entrega, "Antologia de poetas contra la violencia de género"
Córdoba, 2006.

Apresentamos de seguida em forma de apresentação da obra do autor Juan Manuel González o prologo retirado do último compêndio de poesia do autor, "Hacia el Alba de Nieve, Poesia Reunida"

ITINERARIOS DE LA PALABRA

La palabra poética tiene que ser, ante todo, palabra nueva por excelencia. Quiere ello decir que un poeta ofrecerá mayor o menor prueba de su autenticidad y de su valía en la medida en que la palabra fulja en su poema, deslumbre con naturalidad, nos sorprenda por singular y, en último extremo, sea portadora de un microcosmo, es decir, de versos (mensajes) dentro del propio verso.Bajo este punto de vista, la palabra en los poemas de Juan Manuel González es nueva desde el primero hasta el último de los libros que en este volumen se recogen. Hay en ella una fuerza y una intensidad que la alejan tanto del simplismo prosaico de tanta poesía de última hora como de una tradición acusada, de perfiles excesivamente netos.Así que fuerza e intensidad (fulgor) son las características primordiales de este gran cántico del ser, de este poema de poemas que viene a continuación. Un cántico y un ser que no olvidan ni desprecian el medio en el que existen, pues en él reside precisamente el manantial del canto, la razón de ser del mismo.La naturaleza es casi siempre el lugar de la memoria de los orígenes, el medio en el que el protagonista de estos poemas vive y se siente vivir, en el que goza de lo placentero o lo pleno, sin que por ello ignore el fin a que conducen las innumerables corrupciones de cada cosa, el carácter cíclico del tiempo, lo fugitivo y salvaje de esa realidad suprema y de ese símbolo que es la sangre humana. Nada tiene, por tanto, que ver esta naturaleza enraizada, muchas veces de resonancias cósmicas, con cualquier tipo de ruralismo, costumbrismo, o paisajismo sentimental al fondo.Esta edición de poesía de Juan Manuel, "Alba de nieve", aparece, por otra parte, en un buen momento para establecer diferencias, para abrir nuevos cauces en el más bien monocorde panorama de nuestra lírica. Me refiero a que no le resulta difícil destacar con vigor por su novedad, tanto contra ese simplismo de la cotidianidad fotográfica como contra cualquier tradición o escuela literaria; esas mismas tradiciones que Luis Alberto de Cuenca y Rafael Guillén han fijado muy bien al estudiar la poesía de este autor.Y es que hay en su palabra una fuerza que no es ni del hoy ni del ayer inmediato sino de orígenes muy remotos, los de una memoria primigenia, pura, enraizada en lo telúrico igualmente en su estado puro. Es la fuerza del ser humano que no se ha dejado encantar lo más mínimo por los cantos de sirena de nuestro tiempo, ese ser humano que se ha hecho las preguntas eternas, que son las preguntas de todos. Y este poeta sabe lo principal: que "en la hora de los mensajes" quizá sólo existe "un único mensaje".Enseguida, este afán de definir la realidad, de someterla a concepto, desaparece en el decurso del poema. Y es que la palabra quiere ir más allá todavía; porque estamos ante un poeta que no define, sino que entreabre la realidad y, al hacerlo, el poema acaba siendo mundo de mundos, significado de significados. Aparentemente, la clave del tiempo del poeta pueden ser "tres letras", pero cuando esperamos que nos las entregue en sus significados, que el poema se defina, el autor nos dice que esas tres palabras son sus colores: "una escarlata, una azul, una negra". De esta manera, el poema, que parecía cerrarse ya, se nos vuelve a abrir, queda abierto para el lector en su sentido (oceánico) o sentidos.Las palabras de Juan Manuel González nos revelan mundos nuevos y en ellos los versos (cada una de sus palabras o expresiones) se abren, a su vez, a otros mundos. Este es el fin al que conduce su riquísimo lenguaje, en verdad llamativo dentro del panorama poético de la última década.Es la prueba necesaria para saber que nos encontramos ante la palabra nueva; es decir, la primordialmente poética. Esa palabra que no define sino que nos abre a dos grandes realidades: la que salva al autor y la que salva al lector. Al autor, en el sacrificio que supone toda sincera expresión. Al lector, en el don del Arte que recibe.

ANTONIO COLINAS

sábado, agosto 19, 2006

COLARTES


A segunda série deste festival - Colartes - Agosto 2006 - decorrerá no Largo de Colares nos próximos dias 25, 26 e 27 de Agosto – sexta feira, sábado e domingo, respectivamente – e conta com a participação de especialistas nas diversas áreas:
Duo de Guitarras (Música Clássica),
Primo Canto - Grupo Coral (recriação da Corte da Aldeia, com vestes de época)
Trio Pasculli (Musica Clássica) ,
Teatro Tapafuros (Estórias do Arco da Velha),
grupo "No Mundo da Lua – Canto das Artes", Teatro de Marionetas (A Lenda de Colares)
Arthemis (Artes Circenses - Animação de Rua) e
Ciclo Ingmar Bergman (A flauta Mágica).

Em simultâneo, decorrerão no Largo de Colares mostras diversas, nomeadamente de Arte, Artesanato de Autor, Ervas Medicinais e Aromáticas, Livros (Livraria Municipal de Sintra), Vinhos (Adega Regional de Colares e outros produtores locais) e Velharias.

Estes três dias de "festa ", com entrada livre, são organizadas pela Câmara Municipal de Sintra – Pelouro da Cultura e Junta de Freguesia de Colares e apoio do IPT e constituirão certamente um factor de motivação cultural para todos os que nela participem.

Programa:

25 de Agosto , sexta feira
20.30 - Lenda de Colares, No Mundo da Lua Teatro de Marionetas
22.00 – Música Clássica , Duo de Guitarras

26 de Agosto , sábado
16.00 – Estórias do Arco da Velha ,Teatro Tapafuros
18.00 – Artes Circenses - Animação de Rua, Arthemis
22.00 – Canto lírico - recriação da Corte de Aldeia, Primo Canto

27 de Agosto , domingo
17.00 – A Flauta Mágica de Ingmar Bergman – projecção no Sport União Colarense
20.30 – Música Clássica , Trio Pasculli

sábado, agosto 12, 2006

PEÇA:


O Espírito da Lua

7 estórias com sabor a queijadas de Sintra!

Depois do sucesso de Água Moura (Sintra, 2003), Feira do Al-Ado (Algueirão, 2004) e Viajante da Lua (Sintra, 2005), a Utopia Teatro regressa ao teatro de rua com O Espírito da Lua.

Com texto e encenação de Nuno Vicente e Susana Guimarães, O Espírito da Lua conta com a participação de 7 actores e actrizes que se desdobram em dezenas de personagens ao longo de 7 estórias em tom de comédia que ficcionam aspectos históricos de Sintra e suas gentes. As saloias no Chão de Oliva; as damas e fidalgos da corte no Paço da Vila; D. Sebastião ouvindo Camões recitar Os Lusíadas; os Templários e os caçadores de tesouros; Byron e o relógio da torre; D. Fernando II e a Condessa de Edla de volta das estufas do Parque da Pena são algumas das personagens e locais que fazem com que O Espírito da Lua viva eternamente em Sintra.

Teatro de Rua * Entrada gratuita!

Ante-estreia:
11 de Agosto, sexta-feira, 22h00: Jardim Central de Montelavar
12 de Agosto, sábado, 22h00: Largo do Coreto de Fontanelas
Em Sintra: de 8 a 24 de Setembro, sextas, sábados e domingos, 22h00: Largo do Palácio da Vila de Sintra
Epílogo: 30 de Setembro, sábado, 22h00: Largo da Igreja Matriz em Colares

sábado, agosto 05, 2006

PRÓXIMAS SESSÕES:

Apesar de estarmos no período mais propício a praia e outro genéro de passeios, os Meninos da Avó mantêm-se activos neste mês de Agosto.

Dia 16 de Agosto teremos uma sessão virada para as artes dramáticas! Rui Brás irá falar sobre o teatro no século XVI e contaremos com um cheirinho da peça Hamlet representada pelo grupo de teatro Tapa-Furos precisamente na Quinta da Regaleira! Uma sessão direccionada cronológica e tematicamente para o teatro!

Dia 18 de Agosto teremos a Sessão Especial dos Meninos da Avó!
Que consistiraá num recital com três escritores ibéricos: Juan manuel Gonzalez, Antonio Rodriguez Jimenez e Luís Filipe Sarmento.
A apresentação dos dois escritores espanhóis estará a cargo de Luís Sarmento que também lerá textos seus.
A sessão decorrerá no bar 2 ao quadrado.

Os horários mantêm-se: por volta das 20 horas para quem quiser jantar; por volta das 22 horas inicio da sessão propriamente dita.

A Poesia está na rua. Não pisar

SESSÃO DE 2/08/2006:


O autor ladeado por Rui Brás e o fotográfo Jordi Burch

No dia 2 de Agosto decorreu a 37ª Sessão dos Meninos da Avó, como foi anunciado contamos com a presença do autor Ricardo Rodrigues.

O autor juntamente com o fotográfo Jordi Burch vieram apresentar o livro "Bitcho Bravo".
Este livro integra a colecção "Cadernos de Reportagem" da editora Dom Quixote e consiste numa descrição do quotidiano das populações do Vale do Barroso (Trás-os-Montes).
Devido ao isolamento e singularidade geográfica estas populações conservam ainda muitas características e modos de vida tradicionais. O livro foca principalmente o conflito ancestral entre a população humana e a dos lobos (chamado de Bitcho Bravo).

O autor contou-nos o prazer e as dificuldades que teve ao fazer a investigação e as entrevistas para o livro assim como alguns episódios caricatos.
Uma sessão marcada pela boa disposição e pela grande capacidade de comunicação dos intervenientes (Rui Brás foi o responsável pela apresentação inicial do autor).

sexta-feira, agosto 04, 2006

MANUELA SOUSA LOBO & DÓLAR BUQ:

A tertúlia literária sintrense Os Meninos da Avó vivenciou uma noite particularmente exaltante de poesia no passado dia 25 de Julho, no nóvel espaço «2 ao Quadrado», cujos proprietários afirmam querer marcar presença na agenda cultural. Há muito tempo que a tertúlia não vivia uma sessão tão cheia de emoções estéticas, tão comunicativa, e onde acima de tudo brilhou o astro da poesia, em subtis combinações com as artes da música e da performance. No rescaldo desse memorável encontro, G. Till escreveu um texto boémio nascido da fluidez de sensações vividas no encontro, que agora o nosso blog divulga.



seremos eternamente vizinhos:

a guerra vai saltando (de terra em terra). não ter 1 dólar, dólar buq para comprares uma dietcola na noite sintrense do teu livro tamarindo de tetramor! não teres dólar, mas falares a seco, pois, sobre vocábulos que se soltam e transformam em seres, enquanto à porta-madrugada do 2 ao quadrado, o camião do lixo [descomunal]... encena hamlet na mansão do poço iniciático e ouve, interpela o homem do lixo sobre [a crise mundial].

desde 1999 que não acontecia um momento estético performático em sintra - tão flashante. A presente ex-posição verista pop de andré & vanessa muscolino parte no fim para a única cidade portuguesa que ama a arte e os artistas, sim cerveira. o papa procurou à tarde a capela em ruínas da senhora do ó, passou com claridade o regueiro da pernigem, regressou à «barra mansa» era tarde, tardinha, o último autocarro partiu sem ele... mas o sonógrafo veio do [2] para o levar, a ele, o papa, segundo dólar buq, antes da sessão começar [...mons lunae vigia d’além...].

tu e alex são syd para mim

as cartas queimadas pelo preto, poeta, perneta eram afinal dirigidas a [till] no único encontro preparatório da jam de psicadelismo tropical, comparável em xentra [...desde 1999....] unicamente à densidade estética a-presentada por sintoniclab na inauguração do doiséme: a sua música das sílabas, a sonoridade das palavras como água de papel, como água de papel, warinaia. ela como tu são eternos vizinhos da poesia em sintra. tu fizeste a ligação! que diz:

syd é hölderlin no séc. 20... metade da vida louco?louco?!

hammond blues escreve-te na alma, sim: a l m a: eis o homem encurvado, ou agachado sob o vento. acho que era manzarek, não rosa barrete britão, mas síncope mississipiana (a música que se ouve) de algum pensador tchokwe exilado. soa como o nome-dor de christmas joe, mississipi de faulkner; por que não ter nome de branco, dólar buq? perguntará no quarto de hotel de memphis onde a mulher do reverendo se suicidou. cordas sinoidais são estas reliquías do rosa passado (a música que se ouve) na casa do jogral – a noite em fontanelas agora... mas são anjos! como cocteau para a schwebebahn em wuppertal... é o leão sem rosto, o gorila com head all mad about you. O tamarindo desfaz-se na boca, enquanto uma malha básica de rock:

- benvindos – co-opta o jogral. claridade encosta o seu cabelo dourado à janela, espera o destino nas intuições dos ventos. um desfazamento [puramente intuitivo] de um quarto de tempo na casa do encenador-jogral, como o desfazamento económico de um dólar branco para a tua dietcola, dólar buq! [sempre era a tua noite, ó poeta, preto, perneta].



george till, 26 de Julho de 2006

domingo, julho 30, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:




Quarta-feira, dia 2 de Agosto, os Meninos da Avó recebem a visita de Ricardo Rodrigues.

Bitcho Bravo – obra agora editada pela D. Quixote, integrado na colecção “Cadernos de Reportagem” – é a primeira obra de Ricardo Rodrigues. A história foi publicada, na Primavera de 2005, na revista Notícias Magazine, sob a forma de reportagem, na sequência da qual a D. Quixote convidou Ricardo Rodrigues para escrever esta obra que conta também com fotografias de Jordi Burch.

Bitcho Bravo fala-nos de uma batalha silenciosa entre homens e lobos no Barroso transmontano. Nessa região isolada, onde as alcateias conseguem sobreviver e a os hábitos da população pouco mudaram nos últimos séculos, o animal tem fama de maldito e é protagonista de narrativas arrepiantes. Quando, há dez anos, um biólogo lisboeta chegou a Montalegre para ir estudar os “bitchos bravos” - como são chamados no dialecto barrosão – não fazia ideia de que iria encontrar tamanho ódio ao lobo, perpetuado ao longo de gerações e gerações. Mas isso não o deteve: à medida que ia aprofundando os estudos, conseguia manter conversas de horas com os bichos, brincar com as crias, fazer festas aos adultos. Ao fim de uma década no meio dos animais, tornou-se membro de pleno direito da alcateia. Foi assim que Francisco Álvares se transformou em Chico dos Lobos.

“A maldição sente-se por toda a região do Barroso, no lado transmontano do Gerês. É, afinal, uma terra de esquecidos, onde o lobo ainda consegue resistir. Aqui, aprende-se desde a infância que o ‘bitcho bravo’ tem poderes sobrenaturais e é amigo do diabo. Faz-se-lhe caça. Lobo peludo não pode por isso confiar em lobo calvo, o animal que se levanta em duas patas e mata tudo o que encontra pela frente. Mas todas as guerras têm os seus dissidentes e, neste caso, ele chama-se Chico dos Lobos. Esse que passa noites na serra a falar com as alcateias.”

Ricardo Rodrigues nasceu em 1976 e vive em Lisboa. Licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, iniciou a sua actividade profissional em 1998, na RTP. Integrou a equipa fundadora da revista Focus, onde trabalhou nas editorias de Cultura, Sociedade, Internacional e Reportagem. Publicou na edição francesa do semanário Courrier International e colaborou com o The History Channel. Está, desde 2004, na revista Notícias Magazine, onde recentemente (já em 2006), viu a sua reportagem Os Pretos de Onor galardoada com uma menção honrosa do prémio de jornalismo A Família na Comunicação Social.

3ª SESSÃO ESPECIAL:

No passado dia 25 de Julho decorreu a sessão especial dos Meninos da Avó.
Esta sessão decorreu no bar 2 ao quadrado situado ao pé da estação dos comboios de Sintra e consistiu numa performance feita pelo jogral Rui Mário e pelo sonográfo Pedro Hilário (pertencentes ao grupo de teatro Tapa-Furos) invocando a poesia de Dólar Buq, esteve igualmente presente a poetisa Manuela Sousa Lobo que nos deu a conhecer outros aspectos e facetas do poeta.
Num ambiente muito descontraído e criativo duas frases perduram e marcaram esta sessão:

Parece que voltamos as míticas sessões da Casa da Avó
Estamos perante um piscadelismo tropical!!!

De seguida fica o inicio do livro apresentado na sessão: Tamarindo – livro de tetramor-

Dedicação

A leste de Kiloa, em Maio de 2000

Férias num farol, alto mar, ao largo da foz do porto, rio Rovuma.
O faroleiro é cego y meu amigo, deu-me corais y um boião mussiro.

Sento-me nas povoadas pedras. Pensamentos são ovos, lhes levo à cabeça,
Cada vez, em cestas atadas com laços. Percorro alagadas lezírias.

- Oiço asas, malaikas nos visitam – sorri o meu amigo.
- Vou partir em filmagem – digo eu – tender is the night in Tanzânia, preciso de inventar. Farei um fio de vozes em três tons: navy, magenta y âmbar.
Lanço as linhas:

·para as 4 mulheres que não tive (embora Alah y o meu desejo as
permitissem)
·para Santa Maria de Cádis, actriz divina y andaluza baía, canatdo
também Pemba, Delagoa y tantas mais (com Rafael Alberti, a quem
tomei o tonto pulso no que escrevo)
·para 2000 y os 25 anos de Moçambique, terra banto (de arábico
nome, indiano mar y lusa língua), que me nasceu aljamiado
·para Catini y Comucomo (música extinta pelo titã Roc das sucessivas
colónias), minha Homenagem.

À ternura tutelar do celacanto
(seus olhos nos ignoram hà oitenta milhões
de anos, saibam os nossos igualmente preservá-lo).

Aqui termina meu álife-bá, prefácio do palavrar que segue.

Salahm

Alberto

P.S. – Cuidado, esta leitura é capaz de entristecer.



Perfomance de Rui Mário

quarta-feira, julho 26, 2006

FEIRA AO LARGO



No Largo da Igreja Matriz de Colares (Largo Dr. Carlos França)

Face à importância histórica e à situação privilegiada do núcleo antigo da Vila de Colares a Junta de Freguesia de Colares com o apoio da Câmara Municipal de Sintra (Divisão de Animação Cultural) vão realizar uma feira multifacetada no Largo da Igreja Matriz desta Vila no último sábado dos meses de Junho a Outubro (inclusive) e no período das 11.00 às 22 horas. Assim, as datas da realização deste evento serão- 29 de Julho- 30 de Setembro- 28 de Outubro
Esta feira, consistirá na exposição e venda de- objectos antigos de colecção- livros temáticos antigos e contemporâneos e a representação da Livraria Municipal de Sintra- artesanato contemporâneo de autor ( brinquedos / marionetas / vestuário / objectos enquadrados na linguagem antropológica da região / entre outros )- produtos de agricultura biológicos desta e de outras regiões- vinhos da região, representados pela Adega Regional de Colares e outros produtores
No decorrer do evento e cerca das 19.00 h ocorrerão momentos musicais a cargo de agrupamentos do Concelho.

GRUPO de SOPRO 1ºTEMPO da Sociedade Filarmónica e Recreativa de Pero Pinheiro

Entre outros grupos/associações (Alagamares, Associação Agostinho da Silva) os Meninos da Avó também marcaram presença na Feira. Estaremos a apresentar autores que passaram pelas nossas sessões, as nossas actividades e projectos e contaremos da parte da parte com a presença do poeta Fernando Grade! Mais uma oportunidade de conhecer pessoalmente e a poesia deste autêntico Menino da Avô!

quinta-feira, julho 20, 2006

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA:

Terça 25 de Julho

Sessão Extra dos Meninos da Avó no Dois ao Quadrado (Antigo Pielas, junto à Estação de Sintra)

Às 20 horas jantamos e depois do jantar, aí pelas 21h30, teremos a:
apresentação da escrita de Manuela Sousa Lobo e de Dólar Buq, autor moçambicano – poeta, preto e perneta, o homem dos três pês – por si representado em Sintra:
A sessão será imprevisivelmente abrilhantada pelo jogral Rui Mário e pelo sonógrafo Pedro Hilário.

Eis um excerto da sua última obra editada em Portugal:

Tamarindo
- livro de tetramor -

em meu único tornozelo
aceitei a maluata de cativo
seu tilintar
me encanta

recupero
assim
a voz
enterrada no anterior de um Ibo
maldito
que um canito preto y branco
fareja

estou cada vez mais mulato

deliro em transparências

me alforrio
em vós

ACTIVIDADES:

GRANDE PASSEIO DE VERÃO 2006 - Passeio à Reserva Natural das Berlengas
Dia 6 de Agosto

Ninho de piratas e corsários, reserva ambiental, santuário de aves, paraíso natural. Tudo isto coexiste na Reserva Natural das Berlengas. A ALAGAMARES realiza este ano o seu passeio de Verão visitando estas ilhas, em jornada a realizar dia 6 de Agosto próximo. Com partida e chegada a Galamares, Caves de S. Martinho (partida às 7h; chegada às 22h30) far-se-á passeio de barco, visita ao Forte de S. João Baptista e visita ambiental guiada. Almoço com tudo incluído na Berlenga. Possibilidade de praia e visita às grutas
Música e bom ambiente, para retemperar foças e conviver, eis a nossa opção deste ano, depois da memorável jornada na Arrábida com os golfinhos em 2005. Antes do embarque será efectuada visita ao Forte de Peniche, que acolhe o Museu local e as celas onde estiveram presos políticos nos anos 50 e 60, nomeadamente Álvaro Cunhal e outros opositores ao regime do Estado Novo.
Reservas para o info@alagamares.net ou 918626893
Mis informações em: www.alagamares.net
Preços: Associados-50 euros; Não-Associados 60 euros; Crianças até 12 anos-45 euros


SINTRA INTERNATIONAL SINGING AND CHORAL CONDUCTING COURSE

Ensembles

17,18 e 20 de Julho
15h00- 16h00 Quinta da Regaleira


Concerto

20 de Julho
18h00 Quinta da Regaleira


Concerto

22 de Julho
21h30m Igreja de S.Martinho Sintra

SESSÃO DE 19/07/2006

Realizou-se no dia 19 de Julho a 36ª sessão dos Meninos da Avó. Como já tinha sido anunciado esta sessão teve como convidado o arquitecto João Cruz Alves.
A sessão incidiu sobre a exposição que actualmente está patente na Quinta da Regaleira "Luigi Manini - Imaginário e método. A concepção da Regaleira cem anos depois".
Luigi Manini foi o arquitecto responsável por toda a concepção arquitectónica dos vários edifícios, jardins e detalhes curiosos (poço iniciático o poço imperfeito) que constituem a Quinta da Regaleira.
Tem um percurso bastante curioso já que só em Portugal é que exerceu funções como arquitecto!
Nascido em 1848, estudou com o grande Carlo Ferrario em Milão, no teatro “La Scala”, tendo conseguido um lugar de cenógrafo no então recente Teatro de “S.Carlos” em Lisboa em 1879. Fora dos palcos dedicou-se também à arquitectura, trabalhando no nosso país para famílias poderosas e endinheiradas que apostavam em edifícios exuberantes ao estilo dominante da época, bem como nos interiores de diversos edifícios públicos, a relação mais marcante foi a com Carvalho Monteiro proprietário da Regaleira.
Das suas obras arquitectónicas, destacam-se o interior do Teatro do Funchal, o tecto do teatro de S.João, no Porto ou o jardim de Inverno do extinto Teatro D.Amélia, em Lisboa. A nível de fachadas e grandes obras destacam-se o Palácio da Cidadela, em Cascais, o pavilhão português na Exposição Universal de 1900, em Paris, o Palácio do Buçaco e a quinta da Regaleira, tudo obras marcadamente dum manuelino tardio e já em desuso quando as correntes do funcionalismo do século XX emergiam. Em 1913 voltou a Itália, onde morreu, em 1936,em Bréscia.
Esta exposição é o resultado de uma investigação de 3 anos feita pela CulturSintra e vem ajudar a compreender a complexidade e cumplicidade que existiu entre o proprietário da Quinta (Carvalho Monteiro) e o arquitecto responsável pela sua construção (Manini), vão decorrer mais actividades relacionadas com a exposição ás quais visam desmistificar certas ideias. Manteremos no blog informação actualizada dessas actividades.

segunda-feira, julho 17, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

Infelizmente não vamos poder contar com a presença do autor Ricardo Rodrigues na próxima sessão (dia 19)! Devido a comprossimos profissionais o autor não pode estar presente na nossa sessão. Ficando adiada a sua presença e apresentação do livro "Bitcho Bravo" para outra sessão.

Em vez do planeado iremos contar com a presença do arquitecto João Cruz Alves que irá apresentar a exposição e respectivo catálogo: "Luigi Manini - Imaginário e método. A concepção da Regaleira cem anos depois".
Como o título indicia esta é uma exposição dedicada ao arquitecto responsável pelo projecto da Quinta da Regaleira (e de outros edifícios emblemáticos de Sintra). Teremos assim uma sessão muito voltada para "dentro" onde abrimos um novo horizonte de interesses: a arquitectura.

A POESIA ESTÀ NA RUA. NÃO PISAR.

sexta-feira, julho 14, 2006

O ESPÍRITO DA LUA:


Brevemente em Sintra!

Receita para "O Espírito da Lua":

Às inesperadas noites de verão em Sintra adiciona-se o velho jogo do teatro com ordem para surpreender e divertir e meter o público ao barulho.
Juntam-se velhas histórias e muitos episódios lendários da fantasiosa Vila de Sintra, Património da Humanidade. Faça-se uma aliança com O Espírito da Lua e no final é só trocar as voltas ao relógio na torre.

Logo se anuncia o mercado do Chão de Oliva frente ao Palácio Real.
As Damas da Corte preparam banquetes quase alquímicos.
Camões tenta a sua sorte com o Rei D. Sebastião.
Lord Byron é mais que um fantasma nas ruas.
A Condessa de Edla passeia com D. Fernando em traje de pajem do S. Carlos.
Nas escadarias do Palácio escavam-se tesouros de Templários e organizam-se romarias à Peninha, lá no alto da Serra.
Sempre bem perto da Lua.

Co-produção Utopia Teatro / Byfurcação
Apoio: Câmara Municipal de Sintra

segunda-feira, julho 10, 2006

PEÇA:

«Num tabuleiro joga-se mais uma partida.
Da vida? Da morte?
As peças movem-se, constante movimento que para algum lugar vai, só não sabemos onde...
A verdade de fazermos parte de um banquete, só não sabemos qual a parte...
O príncipe amaldiçoa o momento em que sabe que nasceu para endireitar as coisas. Coragem? Destino?
O jogo apenas se iniciou, o tabuleiro tem o tamanho do mundo, pequena peça do tamanho da vida. Joga-se. O resultado é invariável: volta-se ao jogo, uma e outra vez.
Hamlet é o teatro que encenamos debaixo do céu, há séculos e séculos. Mais uma vez, mais um eterno jogo que jamais terminará. Convidamos pois o nosso público a juntar-se à partida, sendo peça, mais uma, para podermos jogar pela noite fora... Somos peça nesta noite sintrense, única no mundo, irrepetível em sonhos, em perguntas, em mistério. Somos ou não somos? Eis a questão. Sem xeque-mate.»

Rui Mário

Estreou dia 6 de Julho a peça "Hamlet" do grupo de teatro "TapaFuros", a peça é representada na Quinta da Regaleira em Sintra.
O horário da peça é: quinta a sábado: 22h e aos domingos: 20h.
A peça estará em apresentação até dia 9 de Setembro.

Mais informaçoes: www.tapafuros.com

2ª OFICINA DE INICIAÇÃO AO TEATRO:

A Alagamares-Associação Cultural convida à descoberta do mundo do teatro... no Sport União Colarense, de 12 de Julho a 30 de Julho.

Quantos de nós não têm essa curiosidade?

Sabia que muitos dos ensinamentos do teatro tem aplicação directa do nosso dia-a-dia?

A Alagamares através da 2ª Oficina de Iniciação de Teatro pretende abrir caminhos... tanto para aqueles que desejam seguir a carreira de actores, como para aqueles que prentendam aprender e experimentar esta arte.

As aulas de Rui Mário, actor e Director da Companhia de Teatro Profissional "Tapafuros" consistem na aprendizagem de exercícios prévios que são aplicados na arte de performar e na arte da vida!
Venha descobrir isto e muito mais na nossa Oficina! Participando!!!
A realizar-se no Sport União Colarense em Colares de 12 de Julho a 30 de Julho, todas as feiras das 20H00 às 22H30 e domingos das 15H00 às 17H30.
Inscrições até 11 de Julho através do info@alagamares.net.
P
reços por pessoa: sócios e estudantes 50,00EUR / não sócios 60,00EUR.

ALAGAMARES - ASSOCIAÇÃO CULTURAL Caves de S. Martinho, Av. 25 de Abril, n.º 133 2710-250 Galamares - Sintra
Portal: www.alagamares.net,
Fórum: forum.alagamares.net
Blogue: blogue.alagamares.net

domingo, julho 02, 2006

PRÓXIMA SESSÃO:

É com compreensão e orgulho que informamos que por motivos de força maior (futebolística), não se realizará na primeira quarta-feira do mês de Julho (dia 5) a nossa habitual tertúlia. Decidimos este mês apenas fazer na terceira quarta feira (dia 19) o nosso encontro, pedimos a compreensão de todos e de certeza que a maioria nos apoia! Mais informações sobre essa sessão será motivo de notícia no blog.

E FORÇA PORTUGAL!!!

sábado, julho 01, 2006

I ENCONTRO DE ALTERNATIVAS EM SINTRA:

Vai decorrer nos próximos dias 29, 30 de Setembro e 1 de Outubro o
"I Encontro deAlternativas em Sintra", no jardim da Biblioteca Municipal de Sintra, Casa Mantero, junto ao Jardim da Correnteza.

Este evento é composto por diversas áreas:
Musica, teatro, animação e poesia
Artesanato e ateliersTerapias alternativas e praticas de desenvolvimento humano
Palestras e exposiçõesProdutos biológicos e cozinha vegetariana
Homenagem e celebração do Centenário do Professor Agostinho da Silva

O horário será o seguinte: Sexta, dia 29 15H00/24H00
Sábado, dia 30 10H00/24H00
Domingo, dia 1 10H00/22H00
As inscrições são até ao dia 16 de Junho (a inscrição é gratuita).

Organização:Voando em Cynthia - informações: 96 372 14 25 (Tila Barracosa)

Apoios:Câmara Municipal de Sintra
Biblioteca Municipal de Sintra
Junta de Turismo da Costa do Sol

quinta-feira, junho 29, 2006

SESSÃO ESPECIAL:

Realizou-se no dia 28 de Junho a 2ª sessão especial dos Meninos da Avó.
Esta sessão consistiu na divulgação do espectáculo de dia 30 de Junho do Sintra Estúdio de Ópera, tivemos uma apresentação desta associação que vai promovendo e apresentado muitas vezes obras inéditas de compositores portugueses.
O próximo concerto vai ser composto pela interpretação de obras de José Cláudio de Almeida e Marcos de Portugal.
Sobre este segundo compositor esteve presente o musicólogo António Jorge Marques cuja tese de doutoramento incide precisamente sobre a vida e obra de Marcos de Portugal!
Ficamos a conhecer este compositor tão desconhecido e esquecido ao longo da História. Ainda hoje existem uma série mistificações e incorrecções biográficas que são retratadas no trabalho de António Jorge Marques. Bastante influenciado pela sua estadia e estudos em Itália, este compositor foi no seu tempo o mais importante do reino merecendo sempre uma protecção e atenção dos reis de Portugal com quem colaborou sempre de perto.
Ficou o convite e a esperança de podermos estreitar mais a nossa ligação com estes convidados e de no futuro darmos mais informações do seus trabalhos.

quinta-feira, junho 22, 2006

SESSÃO ESPECIAL:



"Marcos Portugal Património Musical de Sintra"


A titulo do próximo concerto do Sintra Estúdio de Ópera, baseado na Obra Sacra de Marcos Portugal, a tertúlia poética "Meninos da Avó" em colaboração com a Alagamares Associação Cultural, convida para um encontro onde António Jorge Marques, o mais proeminente especialista na Obra Sacra de Marcos Portugal fará uma palestra sobre a sua Obra e em especial para as estreia das "Matinas".

>> Quarta-Feira 28 de Junho pelas 21h30 - Restaurante "Regalo da Gula" na Quinta da Regaleira - Sintra

Esta conferência servirá de promoção para um Concerto do Sintra Estúdio de Ópera & Solistas da Orquestra de Cãmara de Sintra, no próximo dia 30 de Junho pelas 21h30 na Igreja de São Martinho em Sintra no âmbito do Festival de Sintra.

O Programa a apresentar é constituido por três obras compostas no ínicio do séc.XIX para a Igreja de Sintra, nomeadamente uma Missa e um Te Deum datados de 1814 e da autoria de José Claudio de Almeida para a Igreja de Santa Maria e umas Matinas da Conceição, escritas em 1802, para a Real Capela de Queluz, por Marcos Portugal.

Este concerto reveste-se de uma grande importância histórica, pois trata-se da recuperação e reabilitação do Património Musical de Sintra.

>> A Entrada é Livre, mediante prévio levantamento de bilhetes no Olga de Cadaval ou no local no próprio dia do Concerto ."

SESSÃO DE DIA 22/06/2006:

No dia 22 de Junho decorreu a 35ª sessão dos Meninos da Avó. Como anunciado tivemos como convidada a escritora Filomena Beja, a autora veio apresentar o seu mais recente romance: “A Duração dos Crepúsculos”. Contamos igualmente com a presença da pintora Maria José Ferreira que trouxe consigo as gravuras originais das ilustrações que estão presentes no livro, e de Miguel Real (fez a apresentação inicial da autora e do livro).

Este fascinante romance está dividido em vários espaços temporais, fazendo um percurso pelos momentos mais marcantes do século XX chegando até à actualidade, mostra-nos momentos como a segunda guerra mundial passada em Paris, um dos primeiros divórcios em Portugal no tempo da ditadura e uma curiosa incidência na vida e obra do matemático Pedro Nunes!
Um romance baseado em personagens e factos reais mas ficcionados pela e unidos pela autora. Depois da apresentação a vontade de ler este romance cresceu em todos os presentes.